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Estado de Minas GOVERNO

Bolsonaro demite número 2 de Onyx

Presidente vai exonerar secretário-adjunto da Casa Civil por ter usado avião da FAB para viajar para Suíça e Índia


postado em 29/01/2020 04:00 / atualizado em 29/01/2020 07:27

Vicente Santini requisitou aeronave, mas sua presença gerava incômodo no Planalto por ser presença constante em vários eventos (foto: Rosinei Coutinho/STF/Divuilgação - 4/11/19)
Vicente Santini requisitou aeronave, mas sua presença gerava incômodo no Planalto por ser presença constante em vários eventos (foto: Rosinei Coutinho/STF/Divuilgação - 4/11/19)

O presidente Jair Bolsonaro decidiu demitir o secretário-executivo da Casa Civil, Vicente Santini. Gerou desconforto para o chefe do Executivo federal o fato de ele ter viajado em um jato Legacy, da Força Aérea Brasileira (FAB), na condição de ministro em exercício, para Davos, na Suíça, palco do Fórum Econômico Mundial, e, depois, para Nova Délhi, quando se juntou à comitiva presidencial. O incômodo foi admitido pessoalmente ontem, no retorno a Brasília após viagem à Índia, no Palácio da Alvorada. No contato com a imprensa, Bolsonaro foi direto. Comentou sobre a viagem à Índia e, segundos depois, foi direto ao ponto sobre Santini. Incomodado com a situação, frisou não admitir a viagem feita em uma aeronave da FAB.

Disse que vai conversar com o titular da pasta, ministro-chefe Onyx Lorenzoni, mas sustentou que o 02 da pasta não escapará da demissão. “A questão do avião da Força Aérea, inadmissível o que aconteceu, tá. (Santini) Já está destituído da função de executivo do Onyx. Decidido por mim. Vou conversar com o Onyx e ver quais outras medidas podem ser tomadas contra ele. É inadmissível o que aconteceu, ponto final”, declarou.

O presidente lembra que quando não era presidente da República viajou para a Ásia em aviões comerciais e de classe econômica. A justificativa que chegou ao seu conhecimento aponta que Santini precisou usar o avião da FAB em decorrência de uma reunião com ministros em Davos. “Essa desculpa não vale, tá ok?”, criticou. Para Bolsonaro, é inadmissível o gasto de recursos públicos da forma conduzida por Santini. “O que ele fez não é ilegal, mas é completamente imoral”, acusou.

Medidas suplementares


É praxe que ministros optem por viagens em companhias aéreas comerciais. Por esse motivo, Bolsonaro ficou desconfortável com a situação. Santini viajou acompanhado da secretária do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), Martha Seillier, e da assessora internacional do PPI, a diplomata Bertha Gadelha. O custo de um deslocamento como o realizado por ele não custa menos de R$ 740 mil.

A ideia, agora, é conversar com Lorenzoni o quanto antes para tomar a decisão final. A exoneração está decidida por ele, mas vai entrar em contato com o titular sobre que outras medidas podem ser tomadas. “Da função de secretário (está exonerado), isso é decisão minha. Aguardo ainda conversar com o Onyx, não posso desprestigiar o ministro, né, vou ver os argumentos dele, e daí ver se teremos uma medida suplementar a isso aí”, afirmou Bolsonaro.
O presidente não bancou, contudo, se ele ficará impossibilitado de assumir outros cargos no governo e na própria Casa Civil. “Deixa de ser (secretário) executivo da Casa Civil. Isso está decidido. Vou conversar com o Onyx se tem mais alguma medida contra ele”, explicou.

Regras e incômodo


Bolsonaro disse ainda que vai pedir a auxiliares que revisem as regras de uso de aviões da FAB após o episódio com Santini.  A indignação do presidente, de acordo com interlocutores, foi maior pelo fato de ministros importantes de seu governo, como Paulo Guedes (Economia), terem enfrentado as horas de voo até Davos em aviões comerciais. Além de Guedes, que pagou um “upgrade” para viajar de classe executiva do próprio bolso, foram em voos regulares a ministra Tereza Cristina (Agricultura), Bento de Albuquerque (Minas e Energia) e Luiz Henrique Mandetta (Saúde).

O incômodo com Santini tem crescido em setores do governo. Auxiliares do presidente questionam sua presença constante em eventos com Bolsonaro, mesmo os que não têm qualquer relação com sua área de atuação. Também questionam a “desenvoltura” com que o secretário-executivo da Casa Civil circula no terceiro andar do Planalto, onde fica o gabinete presidencial.

De acordo com o Diário Oficial da União (DOU), a viagem de Santini foi autorizada pelo presidente “com ônus”. Mas o decreto não fala em autorização para solicitar voos da FAB. Questionada, a Casa Civil informou que “a solicitação cumpriu todos os requisitos previstos na legislação vigente”. “Por uma questão de agenda, o secretário Santini participou da reunião do Conselho de Governo na terça-feira (21) e embarcou para Davos às 14h, chegando justo a tempo de participar de compromissos assumidos naquela cidade”, afirmou a pasta em nota. A FAB informou que o pedido cumpriu os requisitos legais.
 



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