(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

''O segundo Dia do Fico''

Sérgio Moro diz que sua permanência no Ministério da Justiça está garantida e que o nome ideal para compor a chapa da reeleição de Bolsonaro é o vice-presidente, Hamilton Mourão


postado em 28/01/2020 04:00 / atualizado em 27/01/2020 22:52

''Eu quero ficar um pouco longe das discussões (políticas) que não são da minha área. Prefiro fazer o meu trabalho'' - Sérgio Moro, ministro da Justiça e Segurança Pública (foto: PEDRO FRANÇA/AGÊNCIA SENADO)
''Eu quero ficar um pouco longe das discussões (políticas) que não são da minha área. Prefiro fazer o meu trabalho'' - Sérgio Moro, ministro da Justiça e Segurança Pública (foto: PEDRO FRANÇA/AGÊNCIA SENADO)

Brasília – O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, disse que o nome ideal para compor como vice a provável chapa do presidente Jair Bolsonaro à reeleição, em 2022, seria o vice-presidente, general Hamilton Mourão. "Quem vai decidir o vice é o presidente (Jair Bolsonaro)", afirmou Moro que, no seu entender, mesmo seu nome estando sempre cotado, o ideal seria a manutenção de Mourão no posto. As declarações foram dadas em entrevista ao programa Pânico, da rádio Jovem Pan.

Moro ainda comentou sobre a possibilidade de cisão da sua pasta. Apesar de afirmar que "o assunto está encerrado" – por causa da declaração de Bolsonaro, para quem é “zero” a chance de divisão –, o ministro considerou que "pode ser que no futuro lá distante volte a se cogitar isso" e defendeu: "Não acho boa ideia. "Os ministérios juntos são mais fortes.”

Moro disse que conversou com Bolsonaro sobre a sua permanência no governo e que a questão foi pacificada. Ele garante que continua no governo e brincou com a cobrança para ficar no ministério: "Vai ser o segundo Dia do Fico".  Para reforçar a afirmativa de que continua no primeiro escalão do governo Bolsonaro, Moro, que está cumprindo agenda em São Paulo, como a entrevista ao programa, disse que embarcaria em breve para Brasília.

O ministro ainda comentou a melhora nos números da segurança pública. "Os números (de homicídios e roubos a cargas) caíram, mas eram muito ruins", afirmou Moro. "As coisas estão melhorando, mas os números remanescentes são muito altos. Até ter uma percepção melhor, vai levar um pouco mais".

Moro, ao começar a responder sobre a possível indicação ao STF, evitou falar diretamente sobre o tema, destacando que não gosta de "discutir vaga quando ela não existe", reforçando que a escolha do indicado cabe ao presidente Jair Bolsonaro e que qualquer decisão "será respeitada". Contudo, depois acabou admitindo que a vaga no STF representa uma perspectiva "natural e interessante" à sua carreira.

Na entrevista, o ministro também afirmou que não tem "perspectiva de ir para a política partidária ou concorrer à eleições". E frisou: "Eu quero ficar um pouco longe das discussões (políticas) que não são da minha área. Prefiro fazer o meu trabalho." O ministro disse ainda que a possível indicação para a cadeira do ministro Celso de Mello no Supremo Tribunal Federal (STF) – que se aposenta compulsoriamente em novembro deste ano, ao completar 75 anos – é uma "perspectiva natural e interessante" para a carreira.

THE INTERCEPT 


Durante uma brincadeira com o humorista André Marinho, Moro disse, com ironia: "Agora não pode mais prender jornalista". A afirmação surgiu depois que Marinho fez uma pergunta imitando o tom de voz e o sotaque do ex-juiz, que questionou a brincadeira.... “Eu não falo assim não, hein", disse, Moro. "Espero que você não me dê voz de prisão, ministro", Marinho respondeu. Foi quando Moro disse, sorrindo: "Agora tem a Lei de Abuso de Autoridade, não pode mais prender jornalista, né".

Na semana passada, o jornalista Glenn Greenwald, do The Intercept Brasil, foi denunciado pelo Ministério Público por supostamente ter auxiliado, incentivado e orientado a invasão de celulares de autoridades brasileiras. Glenn foi um dos responsáveis por publicar mensagens entre Moro e o procurador da Lava-Jato Deltan Dallagnol, em junho de 2019, no caso que ficou conhecido como Vaza-Jato. A única menção direta de Moro a Glenn Greenwald ocorreu quando um um dos jornalistas mencionou o nome do norte-americano e o ministro comentou que ele teria sido "barrado" em sua entrevista no Roda Viva, na semana passada. Mais tarde, após o intervalo, Moro explicou que era uma brincadeira e que ele não sabe se Glenn foi de fato barrado pela produção do programa.

No programa, o ministro fez uma crítica sutil à imprensa, que, segundo ele, ignora dados relevantes de sua pasta. Ao contar que abriu uma conta no Instagram incentivado pela esposa – "Fui quase coagido por ela" –, ele explicou que é uma forma acessível de falar sobre seu trabalho no Ministério da Justiça. "A imprensa faz seu trabalho, claro, mas às vezes não dá muita importância a dados positivos da segurança pública e de outras áreas. É papel dela, mas às vezes é um pouco crítica demais", afirmou.
 


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)