(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas UM ANO DE BRUMADINHO

ALMG homenageia vítimas

Placa de aço vai eternizar nomes dos 270 mortos e desaparecidos na tragédia. Presidente da Casa destaca que punição serve de exemplo para aqueles que não se preocupam com as pessoas


postado em 24/01/2020 04:00 / atualizado em 24/01/2020 09:44

Durante a cerimônia, ontem, fotos das vítimas foram afixadas na parede da sede da Assembleia(foto: Túlio Santos/EM/D.A press)
Durante a cerimônia, ontem, fotos das vítimas foram afixadas na parede da sede da Assembleia (foto: Túlio Santos/EM/D.A press)

A Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) inaugurou, na tarde de ontem, um memorial em homenagem às 270 vítimas de rompimento de barragem em Brumadinho, Região Metropolitana de Belo Horizonte, em janeiro do ano passado. Na Praça da Assembleia, onde fica a sede do Legislativo mineiro, em BH, uma obra com os nomes de todos os atingidos foi instalada por tempo indeterminado. Rosas brancas e velas acesas foram deixadas no local, e fotos das vítimas foram afixadas em uma das paredes do prédio.

"A Assembleia iniciou esses quatro anos de mandato de luto, e isso se mantém. Ainda temos pessoas desaparecidas, famílias que ainda não conseguiram fazer o último gesto com essas pessoas. É um momento de homenagem às vítimas e às famílias, pensando nas pessoas. A questão ambiental é importante, judicial, de indiciamentos, mas focamos nas pessoas", disse o presidente da Assembleia, Agostinho Patrus, durante a cerimônia.

Além dos nomes das vítimas, a placa em aço traz um breve histórico da tragédia e a seguinte estrofe do poema Lira itabirana, do poeta Carlos Drummond de Andrade: “Quantas toneladas exportamos/De ferro?/Quantas lágrimas disfarçamos/Sem berro?”.

Desde a tragédia, o Corpo de Bombeiros de Minas Gerais trabalha diariamente para localizar possíveis vítimas. Comandante-geral da corporação, Edgard Estevo da Silva disse que o trabalho ainda não acabou, já que 11 pessoas ainda não foram encontradas. “Faltam ainda 11 joias, e o Corpo de Bombeiros promete dar o mesmo tratamento a elas, às famílias, que ainda aguardam por um alento e buscam completar o ciclo, um velório digno”, afirmou.

Coordenadora nacional do Movimento de Atingidos por Barragens (MAB), Sônia Mara Marinho falou sobre como as pessoas e os órgãos têm lidado com a tragédia. Ela alerta, no entanto, que ainda não é possível descansar. "Não falamos nem de um ano, mas sim de quatro anos. A gente vem fazendo uma jornada desde que rompeu a barragem em Mariana, uma mineração predatória que acontece em Minas Gerais. Somos otimistas no processo da participação dos atingidos, em dialogar sobre um projeto de desenvolvimento para o estado, uma mineração mais branda, mudar isso de tirar o minério sem pensar nas pessoas”, disse Sônia. Ele lembrou ainda do risco de outras barragens em Barão de Cocais, Congonhas e Macacos. “Não dá para ser totalmente otimista, mas seguimos na luta por mais humanidade”, afirmou.

O ato aconteceu às vésperas da tragédia de Brumadinho completar um ano. No início da tarde de 25 de janeiro de 2019, a Barragem 1 da Mina do Córrego do Feijão, da Vale, se rompeu. Segundo a Defesa Civil, a tragédia matou 259 pessoas, deixou outras 11 desaparecidas e arrasou a cidade.

Exemplo


Agostinho Patrus também comentou sobre a denúncia do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) apresentada na última terça-feira à Justiça. Ao todo, 16 pessoas, entre elas o ex-presidente da Vale, Fábio Schvartsman, foram denunciadas por homicídios dolosos duplamente qualificados e por diversos crimes ambientais, como destruição de matas, poluição de rios e devastação da fauna. A Vale e a Tüv Süd Bureau de Projetos e Consultoria Ltda. também foram denunciadas pelos mesmos crimes.

“O que a gente sente e o que quero trazer para as famílias, as vítimas disso tudo, é que nós sabemos que a punição das pessoas não trazem de volta aqueles que perderam suas vidas. Mas ela é fundamental, não só para servir de exemplo àqueles empreendedores que pensam em desrespeitar a legislação, que pensam em não tomar o cuidado necessário com a vida das pessoas. Esses exemplos também são importantes. Agora, é ver como o Judiciário vai conduzir”, completou Agostinho.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)