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Estado de Minas

REGINA DUARTE FARÁ TESTE NO GOVERNO

Atriz deve assumir a Secretaria Nacional da Cultura após convite do presidente Bolsonaro. Expectativa do governo é de que ela atue como pacificadora na área, após demissão polêmica


postado em 21/01/2020 04:00 / atualizado em 21/01/2020 07:36

Bolsonaro posou para foto com Regina Duarte e o ministro da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos (foto: PALÁCIO DO PLANALTO/DIVULGAÇÃO)
Bolsonaro posou para foto com Regina Duarte e o ministro da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos (foto: PALÁCIO DO PLANALTO/DIVULGAÇÃO)

Brasília – O Palácio do Planalto informou que a atriz Regina Duarte vai a Brasília amanhã para conhecer a Secretaria Especial da Cultura e fazer um teste no comando do órgão. Jair Bolsonaro e a atriz se reuniram ontem no Rio de Janeiro para tratar do convite feito a ela. Depois da conversa, ela escreveu que está "noivando" com o governo. "Após conversa produtiva com o presidente Jair Bolsonaro, Regina Duarte estará em Brasília na próxima quarta-feira, para conhecer a Secretaria Especial da Cultura do governo federal. 'Estamos noivando', disse a artista após o encontro, ocorrido nesta tarde no Rio de Janeiro", segundo nota divulgada pelo Planalto. 

"Tivemos excelente conversa sobre o futuro da cultura no Brasil. Iniciamos um 'noivado' que possivelmente trará frutos ao país", afirmou o presidente nas redes sociais. Já ao deixar o Palácio da Alvorada antes de embarcar para o Rio, ele afirmou: “Fiquei noivo da Regina Duarte. Tivemos uma conversa bacana". A atriz considera que está quase tudo certo para ela assumir a secretaria, mas quer ir a Brasília conhecer mais sobre o cargo, antes de decidir se aceita o convite. Ela já disse a amigos que aceita o convite. “Quero que seja uma gestão para pacificar a relação da classe com o governo. Sou a apoiadora deste governo desde sempre e pertenço à classe artística desde os 14 anos”, disse Regina.’

Bolsonaro descartou recriar o Ministério da Cultura para pagar um salário maior à atriz. Em nota, a Rede Globo informou: "A atriz Regina Duarte tem contrato vigente com a Globo e sabe que, se optar por assumir cargo público, deve pedir a suspensão de seu vínculo com a empresa, como impõe a nossa política interna, de conhecimento de todos os seus colaboradores".

''Quero que seja uma gestão para pacificar a relação da classe com o governo. Sou apoiadora deste governo desde sempre e pertenço à classe artística desde os 14 anos''

Regina Duarte, atriz


A missão dela será pacificar o setor, na expectativa do governo. Ela substituirá o dramaturgo Roberto Alvim, demitido na sexta-feira após interpretar o ministro da propaganda nazista, Joseph Goebbels, em vídeo institucional que anunciava um programa do governo voltado para a premiação de artistas. Alvim reconheceu a origem "espúria" da frase de seu discurso, mas disse assinar embaixo da ideia "perfeita" de Goebbels.

Ela é uma das mais famosas apoiadoras de Bolsonaro e já elogiou a política do governo no setor. "Não estou preparada, não me sinto preparada para isso, acho que a gestão pública é uma coisa muito complicada e uma pasta como a da Cultura muito mais", disse a atriz à época.

A aproximação de Duarte com Bolsonaro começou ainda na campanha eleitoral de 2018. Na ocasião, a atriz visitou o então candidato em sua casa, no Rio de Janeiro, e imagens do encontro foram divulgadas nas redes sociais. Quando Bolsonaro foi eleito, o ministro da Cidadania, Osmar Terra, foi até São Paulo se encontrar com ela para discutir políticas do governo para a área da cultura. Desde os anos 1970, a atriz tem atuação política. Naquela década, Regina interpretou uma mulher divorciada na série Malu Mulher, da TV Globo, quando o tema ainda era tabu. Em 1985, viveu a Viúva Porcina na novela Roque Santeiro e depois participou da campanha de Fernando Henrique Cardoso à Prefeitura de São Paulo. O apoio foi repetido em 1998, quando FHC se reelegeu presidente.

“Medo” de Lula


No segundo turno da eleição presidencial de 2002, Regina Duarte ficou famosa ao dizer, no horário eleitoral do PSDB, que "tinha medo" da eleição de Luiz Inácio Lula da Silva. Ela pedia que os eleitores votassem no ex-ministro da Saúde José Serra, definido por ela como "homem dos genéricos, do combate à Aids." "Estou com medo, faz tempo que tinha esse sentimento. Porque sinto que o Brasil nessa eleição corre o risco de perder toda a estabilidade que já foi conquistada. Sei que muita coisa tem que ser feita, mas também tem muita coisa boa sendo realizada. Não dá para ir tudo para a lata do lixo", dizia o texto. "O outro, achava que conhecia, mas hoje não reconheço mais. Tudo que ele dizia mudou muito, isso dá medo na gente. Outra coisa que dá medo é a volta da inflação desenfreada, lembra?", seguia Regina, fazendo referência a Lula.

Em 2016, o então candidato a prefeito e hoje governador de São Paulo, João Doria, publicou foto com Regina Duarte em rede social. Ele chamou a atriz de "amiga de uma vida inteira". Já em 2018, na campanha de Bolsonaro, Regina participou de um ato a favor na Avenida Paulista. Em entrevista durante a campanha, ela disse que Bolsonaro é "um cara doce, um homem dos anos 1950, como meu pai, e que faz brincadeiras homofóbicas, mas é da boca pra fora."
 




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