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Estado de Minas DIPLOMACIA

Entrada em dois anos


postado em 16/01/2020 04:00 / atualizado em 16/01/2020 07:54

A expectativa da área econômica do governo é de que o Brasil faça formalmente parte da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) em um prazo de até dois anos após a autorização, pelos países membros do grupo, do pedido de adesão brasileiro. A avaliação foi feita pelo secretário-executivo do Ministério da Economia, Marcelo Guaranys, em entrevista ao G1. Segundo ele, o Brasil já vem buscando se alinhar às normas, e legislações, de adesão da OCDE há alguns anos.

A OCDE atua como uma organização para cooperação e discussão de políticas públicas e econômicas que devem guiar os países que dela fazem parte. Para entrar no acordo, são necessárias a implementação de uma série de medidas econômicas liberais, como o controle inflacionário e fiscal. Em troca, o país ganha um “selo' de investimento que pode atrair investidores ao redor do globo.

Segundo Marcelo Guaranys, do Ministério da Economia, o Brasil sempre foi um país parceiro da OCDE. “Desde a década de 1990, a gente começou a atuar muito próximo. Sempre tem sido parceiro, mas nunca resolveu aderir. A gente está sempre se aproximando, já éramos, em 2017 o país com maior número de participações em comitês da OCDE. Sempre fomos sondados, mas nunca demos o passo para frente”, afirmou.

Na visão dos governos anteriores, avaliou o secretário-executivo do Ministério da Economia, não fazia sentido entrar em uma organização que vai moldar e definir diretrizes para políticas públicas. “Mas no começo do governo Temer, com o início das reformas, a ideia era outra, de que precisa entrar em uma organização que molda melhor as políticas públicas, que ajude a fazer reformas. Então para fazer reformas, mais aderente ao que o do mundo faz, é importante me aproximar da OCDE”, disse Guaranys.

Fora a Celac Apesar dos apelos do México, o Brasil suspendeu sua participação na Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac). Criada em 2010, no final do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a Celac é uma organização internacional em que os países da região se articulam sem a participação de Estados Unidos e Canadá. A comunidade é composta por 33 países. O México assumiu neste ano a presidência do bloco. Em 18 de dezembro, o chanceler mexicano, Marcelo Ebrard, telefonou para o ministro das Relações Exteriores, Marcelo Araújo e pediu que o Brasil voltasse a participar das atividades da entidade.

O Itamaraty já havia deixado de colaborar com a Celac no ano passado, durante a presidência da Bolívia, então governada por Evo Morales. O governo Jair Bolsonaro, no entanto, decidiu não atender os pedidos mexicanos por considerar a Celac uma articulação com poucos efeitos práticos. Além do mais, a delegação venezuelana no fórum é composta por representantes do governo Nicolás Maduro. Além de reconhecer o opositor Juan Guaidó como presidente encarregado do país, o Brasil é no continente um dos países que têm postura mais agressiva contra o chavismo.

A participação de Cuba na Celac também é apontada como uma das razões da decisão do governo de abandonar a Celac. Procurado, o ministério das Relações Exteriores confirmou que o país suspendeu nesta semana sua participação na Celac. “Em resposta ao convite do México, o governo brasileiro comunicou antecipadamente à chancelaria mexicana que o Brasil não participaria dos eventos relacionados à instalação da nova presidência pro tempore da Celac.", disse a chancelaria brasileira à Folha de S. Paulo.. “Foi informado que o Brasil não considera estarem dadas as condições para a atuação da Celac no atual contexto de crise regional. Foi dado ciência, igualmente, que qualquer documento, agenda ou proposta de trabalho que viesse a ser adotado durante a reunião ministerial não se aplica ao Brasil”, completou a pasta.

Diplomatas que acompanham o tema disseram reservadamente que a decisão do Brasil de suspender sua participação na Celac não deve ser entendida como uma crítica ao México. O boicote brasileiro, no entanto, gerou frustração no governo de Andrés Manuel López Obrador, que neste ano vai tentar dar relevância ao órgão.

Outros países da região concordam com as críticas de que a Celac é um fórum que está perdendo importância. Mas mesmo assim enviaram representantes à Cidade do México para evitar uma desfeita à segunda maior economia da América Latina.


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