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Estado de Minas CANDIDATURAS

O Aliança pelo Brasil avalia as possibilidades de coligações

Legenda não terá apenas chapas puro sangue nas eleições municipais e está disposta a considerar o apoiamento a postulantes de demais partidos


postado em 24/11/2019 04:00

Semana será decisiva para as intenções do partido em disputar as eleições municipais (foto: Vinícius Cardoso Vieira/Esp. CB/D.A Press - 28/10/18)
Semana será decisiva para as intenções do partido em disputar as eleições municipais (foto: Vinícius Cardoso Vieira/Esp. CB/D.A Press - 28/10/18)
Homologado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) até março de 2020, ou não, o Aliança pelo Brasil não terá apenas chapas “puro-sangue” nas eleições municipais. A possibilidade de coligações no sistema majoritário, para prefeitos e vice-prefeitos, não está descartada. Sobretudo se a legenda não estiver criada até o pleito. Nesse caso, a tendência de apoiamento a postulantes de demais partidos é considerável. Contudo, não serão candidaturas de quaisquer siglas que receberão o apadrinhamento formal ou informal. Parlamentares do PSL dispostos a migrar para o Aliança ponderam dar anuência a postulantes lançados por DEM, MDB, PL, PSC, Republicanos e Novo, mas, sobretudo, por Podemos e Cidadania.

Os únicos partidos aos quais não cederão apoio a uma candidatura em hipótese alguma são PT, Psol, PCdoB, PSB e PDT. Mesmo no Nordeste, onde, por vezes, as particularidades municipalistas congregaram legendas de centro-direita com os da oposição ao governo, a ideia é se manter firme ao programa partidário do Aliança. O deputado federal General Girão (PSL-RN), único pesselista da região que cogita a migração, diz que tem sido procurado por interessados pelo seu apadrinhamento não apenas no Rio Grande do Norte, mas, também, em Pernambuco e Bahia. Como o Aliança não está criado, a opção por DEM, PL e MDB é uma possibilidade. “Quem faz política são as pessoas ou os partidos? As pessoas. Tendo sinergia de ideias com alguém, é possível haver esse apoiamento”, pondera.

O Cidadania, legenda que tem dois senadores no Nordeste, Alessandro Vieira (SE) e Eliziane Gama (MA) – primeiro vice-líder e a líder no Senado, respectivamente –, e um deputado federal, Daniel Coelho (PE), líder na Câmara, é outro partido lembrado. Não apenas como opção para a região, mas, também, em outras. O Podemos, liderado pelo deputado José Nelto (GO) e o senador Álvaro Dias (PR) no Congresso, é outro bem cotado. O motivo: o alinhamento próximo das duas legendas com as pautas do governo.

O deputado Márcio Labre (PSL-RJ), um dos 29 que migrarão para o Aliança, destaca Podemos e Cidadania como os favoritos a receber apoio da futura legenda. O apadrinhamento a candidaturas aliadas dessas duas siglas em Itaperuna, Santo Antônio de Pádua e Angra dos Reis é algo que ele não descarta. “Vamos focar mais a história pregressa do candidato. A quem serviu, se tem histórico de condenação por improbidade, violência, tráfico, corrupção. Seguiremos critérios alinhados com nosso programa fundador”, justifica.

Afinidade


A deputada Alê Silva (PSL-MG) destaca que o plano A é emplacar candidaturas próprias do Aliança, mas, em caso de plano B, não descarta ceder anuência a legendas com afinidade programática. “Não vou opinar com relação a partido, cada um vai procurar o seu. Mas adoro o Podemos na Câmara. Não sei as questões de ideologia, mas gosto muito da atuação da Renata Abreu (presidente da legenda), do (José) Medeiros, do Nelto e do Álvaro. O que deixei para meus apoiadores e minhas lideranças locais, que tenham minha aprovação ideológica e pretendem disputar ano que vem, é que, desde que não seja uma sigla de esquerda, eles ficam liberados para escolher a qual querem se filiar.”

A escolha de partidos para coligações, no caso do plano A, ou para apoiamento, na hipótese do plano B, ficará associada a análises locais, pondera o deputado Filipe Barros (PSL-PR). “Obviamente que, além da análise local, existe a análise geral. Ninguém vai apoiar candidatos de legendas da esquerda. Agora, o Podemos aqui, no, Paraná, é uma sigla com o qual temos bom relacionamento. O presidente (Bolsonaro) não conhece a realidade local de cada uma dessas 399 cidades do Paraná; então, faremos análises locais e sobre quem são os dirigentes estaduais e municipais do partido”, destaca.

Conectado com a população

Outro fator que, para alguns do Aliança, pode pesar em composições com o Cidadania é o fato de o segundo vice-presidente nacional da futura legenda, Luis Felipe Belmonte, ser casado com a deputada federal Paula Belmonte (Cidadania-DF). Por mais que o marido esteja na Executiva Nacional do Aliança, ela pondera que desde quando os dois resolveram entrar na política, a harmonia e o respeito de pensamento se mantêm. “Eu me filiei a um, onde estou muito feliz, ele a outro, e nós convivemos isso com harmonia”, celebra.

A parlamentar avalia com naturalidade o apreço de parlamentares do Aliança pelo Cidadania, mas prega cautela ao falar de possíveis coligações. “O Cidadania tem tido destaque exatamente pela sua independência, pois defende o povo brasileiro e o brasiliense. Isso tem feito com que o partido não entre em negociações para a velha política, do toma lá da cá. Está muito conectado com a população, mas é muito cedo falar em coligação. A legenda ainda está começando a pegar as assinaturas para, então, ser criada. Tem até prazo curto e que temos que entender o que o TSE vai decidir sobre as assinaturas”, justifica.

Tempo apertado para planejamento

O tempo é, no momento, o pior inimigo do Aliança. Para alguns parlamentares, esta semana será decisiva para as intenções do partido em disputar as eleições municipais. A expectativa de deputados é que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) dê a resposta até sexta-feira se a sigla poderá fazer a coleta e a conferência das assinaturas de forma eletrônica. Quanto mais a resposta demorar, menos tempo a legenda terá para se planejar. 

O caminho para a oficialização da legenda não é simples. Passa pela coleta de assinaturas de pelo menos 0,5% dos votos recebidos na última eleição geral para a Câmara dos Deputados, correspondente a 492.015 assinaturas, que deverão ser coletadas em nove estados, com o mínimo de 0,1% do eleitorado que tenha votado em cada uma dessas unidades federativas.

Contudo, analisando a possibilidade de as assinaturas dos títulos de eleitores serem diferentes das atuais rubricas de alguns apoiadores, a análise de Labre é de que será necessário o recolhimento de pelo menos o triplo. “A assinatura tem que ser igual à do título de eleitor. Se não for, teremos um problema lá na frente na hora da conferência. Por isso, teremos que ter uma força-tarefa para garantir a validade”, justifica. “E, por isso, ter uma decisão do TSE até o fim da semana será decisivo”, pondera o deputado Sanderson (PSL-RS).


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