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Estado de Minas GOVERNO

Desfiliação e novo partido

Jair Bolsonaro deve anunciar hoje seu desligamento do PSL. Segundo aliados, o presidente pretende criar a Aliança pelo Brasil e atrair cerca de 100 parlamentares de outras legendas


postado em 12/11/2019 04:00 / atualizado em 12/11/2019 07:37

''Não posso confirmar. Mas tudo indica que sim. Mas vamos ver e bater um papo com a maioria da bancada do PSL. Acredito que a maioria vai com ele'' - Eduardo Bolsonaro, deputado federal (PSL-SP)(foto: GABRIEL BILÓ/ESTADÃO CONTEÚDO)
''Não posso confirmar. Mas tudo indica que sim. Mas vamos ver e bater um papo com a maioria da bancada do PSL. Acredito que a maioria vai com ele'' - Eduardo Bolsonaro, deputado federal (PSL-SP) (foto: GABRIEL BILÓ/ESTADÃO CONTEÚDO)

Brasília – O presidente Jair Bolsonaro deve anunciar hoje sua saída do PSL, partido com o qual chegou ao Palácio do Planalto. Ele enviou mensagem ontem a parlamentares aliados no grupo de WhatsApp Time Bolsonaro. Informou apenas horário e local. Às 16h, no Palácio do Planalto. Ele não especificou o assunto, mas deputados convidados para essa reunião dizem que Bolsonaro vai anunciar sua desfiliação, depois de uma crise que tomou os holofotes da política nacional no último mês. Além da desfiliação, o presidente anunciará hoje ou nos próximos dias a criação do partido Aliança pelo Brasil, para o qual pretende atrair pelo menos 100 parlamentares de várias legendas, segundo fontes do Palácio do Planalto.

"Creio que sim (que Bolsonaro deve deixar o PSL). E saio de fato também, em apoio ao presidente. Breve saio de direito", afirmou o deputado Bibo Nunes (PSL-RS). Bolsonaro poderia levar com ele quase a metade da bancada do PSL na Câmara, composta por 53 deputados, caso não haja entraves jurídicos que possam implicar perda dos mandatos. A disputa interna da legenda veio à tona em 8 de outubro. Na porta do Palácio da Alvorada, Bolsonaro fez críticas ao presidente do partido, Luciano Bivar (PE), a um pré-candidato a vereador do Recife. "O cara (Bivar) está queimado pra caramba lá. Vai queimar o meu filme também. Esquece esse cara, esquece o partido", prosseguiu. Luciano Bivar  retrucou: “A fala dele (Bolsonaro) foi terminal, ele já está afastado. Não disse para esquecer o partido? Está esquecido”, disse Bivar, na ocasião. A partir daí, houve uma série de farpas trocadas entre os dois grupos que se formaram entre os correligionários.

De um lado, os 'bolsonaristas', aliados a Bolsonaro que articularam para colocar o filho do presidente, Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), como líder da bancada na Câmara. Do outro, os 'bivaristas', ligados a Luciano Bivar, que perderam o controle da bancada, com a destituição do deputado Delegado Waldir (PSL-GO), mas ficaram com o controle do partido e abriram processos no Conselho de Ética contra ao menos 19 colegas do grupo oposto.

Nessa cizânia, está em jogo o controle do partido, que se tornou grande depois de eleger 52 deputados no ano passado e angariar a maior fatia dos recursos públicos destinados às siglas. Apenas neste ano, o PSL deve receber R$ 110 milhões de fundo partidário. Para a reunião de amanhã, Bolsonaro chegou a convidar alguns bivaristas, mas, segundo fontes, deixou de fora Bivar, a ex-líder do Congresso, deputada Joice Hasselman (SP), deputado Julian Lemos (PB), Heitor Freire (CE) e Delegado Waldir (GO). Deputado por São Paulo, Coronel Tadeu também não foi convidado. "Não posso acompanhá-lo (na saída do PSL). A legislação não permite. Se for para dar fim a essa confusão, apoio integralmente a decisão do presidente", disse.

Fontes palacianas dão como certa a criação de novo partido por Bolsonaro, já com o nome Aliança pelo Brasil, e atrair parlamentares de PSL, Novo, DEM, PP, PTB, PL, Podemos e até PSDB. O objetivo é agir rápido para a nova legenda já ter condições de disputar as eleições municipais do ano que vem. Uma das estratégias para agilizar o processo é atrair filiados por um aplicativo de celular. Para tanto, são necessários cerca de 490 mil apoios em pelo menos nove estados. A assessoria jurídica do presidente estaria trabalhando para evitar que deputados e senadores que deixarem seus partidos percam o mandato por infidelidade e ainda consigam transferir recursos partidários e tempo na TV, caso do PSL, que passou a ter direito após se tornar a segunda maior bancada da Câmara. O argumento comum nesses casos para que parlamentares não percam o mandato é que o partido rompeu seus próprios compromissos. Partido mais votado em 2018, o PSL recebe cerca de R$ 100 milhões por ano do fundo partidário.

Filho


O deputado Eduardo Bolsonaro, líder do PSL na Câmara, disse que acompanhará o pai para o partido em que ele for.  “Se ele for para a Lua, eu vou com ele”, disse Eduardo. Segundo ele, a mudança é “provável” e a conclusão vai sair depois que houver conversa com os congressistas no Palácio do Planalto. “Não posso confirmar. Mas o que tudo indica é que sim. Mas vamos ver e bater um papo com a maioria da bancada do PSL. Acredito que a maioria vai com ele sim. Mas não é uma ditadura. Quem quiser ficar no PSL, fica à vontade”, disse o deputado, em entrevista coletiva na Câmara.
 


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