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Estado de Minas JUSTIÇA

Protestos contra o STF

Milhares de pessoas foram às ruas em dezenas de cidades do país para criticar a decisão dos ministros do Supremo Tribunal Federal que libertou condenados em segunda instância


postado em 10/11/2019 04:00

Cerca de 4 mil pessoas protestaram na Praça da Liberdade, em BH, segundo o movimento Vem pra Rua (foto: TÚLIO SANTOS/EM/D.A PRESS)
Cerca de 4 mil pessoas protestaram na Praça da Liberdade, em BH, segundo o movimento Vem pra Rua (foto: TÚLIO SANTOS/EM/D.A PRESS)

A decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que permitiu a soltura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, depois de 580 dias preso em Curitiba, levou milhares de pessoas às ruas ontem em dezenas de cidades do país, principalmente nas capitais do estados. Em Belo Horizonte, o protesto reuniu quatro mil pessoas na Praça da Liberdade, Região Centro-Sul da capital mineira, segundo o movimento Vem pra Rua, organizador do ato. A manifestação contou com trio elétrico, que complicou o trânsito na região. Algumas pessoas passaram e provocaram os manifestantes, o que causou alguns problemas durante o ato. A reportagem do Estado de Minas também foi intimidada por duas pessoas e registrou algumas agressões a opositores do presidente Jair Bolsonaro (PSL). Em seguida, os manifestantes seguiram para a Praça Sete, no Centro da capital, onde se dispersaram.

O protesto foi marcado por gritos como "Lula, ladrão, seu lugar é na prisão", "STF é a vergonha do Brasil", "Viva Bolsonaro" e "Viva Sérgio Moro" entoados pelos manifestantes. As pessoas também rezaram o pai- nosso em alguns momentos durante o ato. O consultor da área de trabalho Rafael Barros, de 40 anos, criticou a decisão do STF. "É nojenta, mas embasada em lei, como o próprio ministro Sérgio Moro disse. Temos agora que pressionar, ir às ruas contra essa decisão e a soltura não somente do Lula como de outros bandidos".

Já a aposentada Eunice Campos, de 70, também mostrou indignação. "Acho um absurdo que depois de tanta luta para colocar esses políticos no devido lugar agora estão sendo soltos pelo STF. Muito me admira que a corte esteja fazendo isso, é uma vergonha". Ivan Günther, coordenador do Movimento Brasil Livre (MBL) em BH, também criticou a soltura de Lula. "A soltura do ex-presidente é a gota d'água em algo que já está sendo percebido em relação ao STF. Diante disso, temos que pressionar para se votar a PEC 410 para reverter isso". Segundo o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), 4.895 presos podem ser beneficiados pela derrubada da prisão em segunda instância, concretizada pela corte na última quinta-feira.

Houve protestos também em outras capitais. Manifestantes fizeram ato em dois pontos da Avenida Paulista, no Centro de São Paulo. Um grupo maior esteve na frente do prédio da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). Outro, na frente do Masp. O ato foi organizado pelo movimento Vem pra Rua.  No Rio, o Movimento Vem pra Rua reuniu poucas pessoas na manhã de ontem na praia de São Conrado, na Zona Sul. Os manifestantes se reuniram em torno de um pequeno carro de som e ocuparam menos de um quarteirão da praia, bem em frente ao prédio onde mora o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia. Muitos deles estavam vestidos de preto em protesto contra o STF. A maioria, no entanto, manteve a tradição do movimento e se vestiu de verde e amarelo. "A decisão do STF foi um golpe, um ato político", discursou uma das organizadoras do evento, Adriana Balthazar, do Vem pra Rua/RJ. "Estamos na rua para pedir o fim da impunidade."

"A gente acordou com uma sensação de ressaca, sabe, dor de cabeça, uma sensação muito ruim", afirmou o administrador Bruno Miller, de 54, que participava da manifestação ao lado da mulher, a advogada Karen Cabral, de 42. "A gente dá dez passos para frente e cinco para trás, mas o Brasil está mudando, vai mudar." Nos cartazes dos manifestantes, as palavras de ordem eram "Prisão em segunda instância sim, impunidade não", "Lula volta para a cadeia", "Meu partido é o Brasil" e "A nossa bandeira jamais será vermelha".

O Vem pra Rua fez mobilização também na Avenida Boa Viagem, na Zona Sul do Recife. Manifestantes ocuparam uma quadra da via em caminhada de um quilômetro desde a Padaria Boa Viagem até o Segundo Jardim. Essa foi a primeira participação da cobradora de ônibus Isabela Regina, de 34, em movimento pró-Bolsonaro. "Estou aqui pela PEC 410 e apoiando o pacote anticrime do (Sérgio) Moro. Viemos hoje não pelo presidente, mas pela nação, para acabar com essa safadeza do STF de ter soltado os bandidos", disse. A PEC 410, que deve ser votada em comissão na Câmara dos Deputados na próxima semana, permite a prisão depois de condenação em segunda instância.

A cobradora, que apoia o Vem pra Rua pelas redes sociais, acredita que o movimento é sensato e importante para o país. "É uma necessidade para todos nós brasileiros, temos que lutar contra essa impunidade na soltura de bandidos". Já a psicóloga Sheyla Paes, de 40, afirmou que começou a frequentar protestos em Boa Viagem pelo impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff e que, desta vez, se revoltou com a decisão do Supremo. "Eu apoio o evento, apoio Bolsonaro, a PEC, a intervenção militar, porque chegou numa situação em que é tudo ou nada, não tem meio termo", ressaltou. Sheyla acredita que a interpretação da Constituição alterada pela corte na última quinta-feira beneficia pessoas ricas. "Chegou ao ponto de (o STF) soltar pessoas corruptas. Bandidos, estupradores, assassinos vão ser soltos por advogados. Quem tem grana está solto hoje." (Com agências)




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