Nova York (EUA) — Enquanto o presidente Jair Bolsonaro voava para os Estados Unidos, a velha máxima de que em política não existe espaço vazio se confirmava, mais uma vez, no primeiro dia das grandes discussões da 74ª Assembleia-Geral das Nações Unidas.
Sem a presença do Brasil, quem brilhou foi o presidente do Chile, Sebastián Piñera. Logo pela manhã, no encontro sobre o futuro da Amazônia, o chileno dividiu o palco com todos aqueles com quem Bolsonaro já passou por algum constrangimento nestes nove meses de governo: o presidente da França, Emmanuel Macron; a chanceler alemã, Angela Merkel; e o presidente da Bolívia, Evo Morales. Estava ainda o presidente da Colômbia, Ivan Duque.
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Bolsonaro fala hoje na ONU com a bênção de TrumpBolsonaro fica em mesmo hotel de Trump em Nova York, mas líderes não se reuniramCongresso se articula para derrubar vetos de Bolsonaro à Lei de AbusoO Chile sediará a próxima conferência sobre mudanças climáticas, a COP-25, em dezembro. O encontro seria no Brasil, mas, em novembro do ano passado, o presidente Jair Bolsonaro desistiu, em função das restrições orçamentárias e pelo fato de ser o primeiro ano de seu governo.
Assim como fez nesta segunda-feira (23) na ONU, o Chile agarrou a oportunidade e o palco. “Temos duas opções: ou não fazemos nada e arcamos com as consequências, ou fazemos algo já.
Piñera vem construindo uma imagem de mais equilíbrio do que o presidente brasileiro. Nesta segunda-feira (23), ele e Macron sorriam, trocavam gestos amistosos. Ao fim da reunião, Piñera fez questão de conceder uma entrevista aos jornalistas chilenos que acompanham toda a sua agenda nos Estados Unidos.
Bolsonaro não foi por causa das recomendações médicas, conforme relatos de sua assessoria. Ele se recupera bem da cirurgia que fez há 15 dias, mas ainda está numa dieta restrita e precisa de algum repouso. O ministro de Meio Ambiente, Ricardo Salles, ainda tentou participar do encontro, mas, por não ser chefe de Estado, não poderia falar.