Em reunião que discutia o orçamento público do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), o procurador Leonardo Azeredo dos Santos reclamou de seu salário de R$ 24 mil. “Estamos vivendo à base de comprimidos, à base de antidepressivos (...) Vamos virar pedintes quase?”, declarou o magistrado para seus colegas e para o procurador-geral Antônio Sérgio Tonet.
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Procurador que reclamou de salário ganha bem mais que R$ 24 mil por mêsPromotores do MP de Minas fazem campanha em defesa da classe nas redes sociaisCaixa de doação para 'ajudar' procurador que reclamou do salário é colocada na PampulhaO Dieese, na pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos calcula que o salário mínimo necessário para uma família viver, de acordo com a Constituição, deveria ser de R$ 4.044,58.
O salário do procuradores é quase 10 vezes maior do que a média brasileira. Após levantamento feito, descobrimos, quanto é a vida de alto de luxo na capital mineira.
O Estado de Minas fez as contas de como uma família de quatro pessoas poderia viver com essa renda mensal de R$ 24 mil.
Veja a lista:
- Aluguel de apartamento de luxo de 260 metros quadrados em Lourdes: R$ 5 mil
- Condomínio: R$ 1 mil
- Mensalidade de Colégio Particular (Bernoulli): De R$1.692 até R$2.422
- Salário de Empregado Doméstico: R$998,00 (mínimo)/ R$1.180 (piso salarial em Minas Gerais)
- Pensão: De acordo com Pedro Lessi, a Lei de Alimentos (5478/68) nada fala a respeito de valores e percentuais, mas a jurisprudência fixou o entendimento de que a pensão deve girar em torno de 33% (ou um terço). No caso do procurador, isto equivale a R$7.920
- Supermercado: R$2.000
- Combustível de dois carros: R$2.000
Leonardo Azeredo vai receber R$ 288 mil durante o ano, isto sem o décimo terceiro e, mesmo assim, ele afirma que o reajuste é uma injustiça. “Quero saber se nós, no ano que vem, vamos continuar nessa situação ou se vossa excelência já planeja alguma coisa, dentro da sua criatividade para melhorar nossa situação. Ou se vamos ficar nesse miserê” , questionou em sessão.
'Tanta limitação'
O procurador ainda justificou o motivo de sua angústia. “Infelizmente, não tenho origem humilde. Não sou acostumado com tanta limitação”, disse. “Todo mundo já verificou que é um salário relativamente baixo.
Caso aconteça de Minas Gerais assinar o acordo de recuperação fiscal com o governo federal, assim como aconteceu no Rio de Janeiro, o estado pode ficar impedido de conceder qualquer reajuste salarial e este é o motivo de “revolta” do procurador.
*A estagiária está sob supervisão da subeditora Ellen Cristie. .