Jornal Estado de Minas

Viaduto liga dois barrancos na MG-050 em Divinópolis


O viaduto do Complexo do Ferrador que consumiu R$5,2 milhões dos cofres públicos e leva nada a lugar nenhum, não é o único exemplo de desperdício de dinheiro, em Divinópolis, região Centro-Oeste do estado. Na MG-050, próximo ao Bairro Quintino, outra travessia foi parcialmente erguida, mas as obras estão paradas desde 2018. Enquanto isso, ela liga dois barrancos.


Erguido há pouco mais de um ano, a construção integra o projeto de duplicação da rodovia no perímetro urbano da cidade orçado em R$180 milhões. A travessia será um retorno operacional para facilitar o acesso ao Bairro Quintino. 

A falta de segurança no trecho forçou a concessionária AB Nascentes das Gerais a adotar medidas paliativas, como redutores de velocidade. Mas, não é suficiente. “É um trecho extremamente perigoso, pois não temos alternativa para retorno”, contou a líder comunitária, Ana Paula Freitas.

O perigo principal é para quem sai do bairro sentido Divinópolis/Belo Horizonte ou para quem vem sentido Formiga para entrar. Em ambos os casos é necessário cortar a rodovia. “Essa obra está atrasada há 12 anos, devia ter ocorrido quando começou a cobrança de pedágio. É uma espera dolorosa”, desabafa a líder comunitária, Ana Paula Freitas.




Obras atrasadas


Caminhando a passos lentos, as intervenções começaram no Km 131 e Km 132,9 em julho de 2018, nove meses depois da data prevista no projeto. As alegações para os atrasos estão atreladas às licenças ambientais. Elas foram emitidas apenas em abril do ano passado.

Junto a isso, há outros empecilhos estruturantes. Nem a Copasa e nem a Cemig fizeram as intervenções necessárias. Ambas, cada qual em sua área, precisam retirar as tubulações de água e esgoto e os postes de rede elétrica existentes no local para dar seguimento.

Em nota, a Concessionária afirmou que até 30 de agosto os equipamentos estarão no local para concluírem o retorno. A previsão é de a obra ser entregue até 20 de dezembro deste ano, um ano após a data inicial.  Para isso, a Copasa e Cemig precisam fazer o dever de casa.


“O Estado é o responsável pela remoção destas interferências necessárias para a liberação das frentes de serviço e conclusão da obra”, finaliza a nota.


Copasa


A Copasa informou que técnicos da empresa, juntamente com a AB Nascentes, irão finalizar até segunda-feira (19) a definição da solução mais adequada para efetuar o remanejamento das redes de abastecimento de água.

A reportagem tentou contato com a Cemig, porém não obteve retorno até o fechamento desta matéria.

 

Trechos em duplicação


Entre o trechos a serem duplicados estão previstos: a Ponte do Rio Pará até a entrada do bairro Icaraí; o trevo do bairro Bom Pastor de acesso a Avenida JK; e a interligação da Rua Ibirité. 

Até 20 dezembro devem ser entregues 70% das obras concluídas, conforme estabelecido no novo cronograma firmado em 2017 com a Secretaria de Estado de Transportes e Obras Públicas (Setop).

Os outros 30% ficarão para 2021. Eles correspondem ao trevo de acesso ao Centro Industrial, no bairro Icaraí. “Será feita uma alça cortando uma área do Lagoa dos Mandarins saindo no trevo de acesso ao bairro Niterói, perto do Hospital Bento Meni”, explica o vereador Josafá Anderson (PPS) que tem participado de reuniões mensais na Setop. Com esta intervenção quem sai ou entra no Icaraí não precisará passar pela MG-050, desafogando o trânsito.

Para a execução desta obra ainda estão pendentes a aprovação do projeto pelo DEER/MG, a imissão na posse de nove áreas a desapropriar (incluindo a área da COHAB), bem como a remoção de interferências por parte da Copasa (adutoras de água), Cemig (redes elétricas) e prefeitura (iluminação pública).

Amanda Quintiliano, especial para o EM