Jornal Estado de Minas

Por unanimidade, Câmara de BH abre processo de cassação contra Wellington Magalhães


Por unanimidade, os 39 vereadores presentes no plenario da Camara Municipal de Belo Horizonte acataram a denúncia apresentada por Mateus Simões (Novo) e pelo advogado Mariel Marra que poderá levar à cassação do mandato de Wellington Magalhães(DC).

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Presente na sessão, Magalhães também votou a favor da abertura do processo. A presidente Nely Aquino (PRTB) não votou. Estava ausente apenas Flávio dos Santos (Pode), alvo de outra denúncia que tramita na Casa, em que é acusado da prática da "rachadinha".

Comissão


A comissão processante que vai analisar a denúncia tem até 90 dias para concluir o relatório que poderá pedir a cassação ou inocentar Wellington Magalhães da acusação de desvio de dinheiro público, ameaça de autoridade e tráfico de influencia, crimes que segundo os autores das denúncias, configuram quebra de decoro parlamentar. Outro argumento é que ele usa tornozeleira eletrônica.

Em sorteio foram escolhidos para integrar a comissão processante: Maninho Felix (PSD), Preto (DEM) e Elvis Côrtes (PHS). Em reunião, o grupo  definiu que a presidência fica com Preto e a relatoria com Côrtes.

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Acompanhar de perto


Em rápida entrevista à imprensa, o vereador Wellington Magalhães disse que vai acompanhar todas as reuniões da comissão processante - exceto quando tiver outra agenda.

 

Ele também negou que vá renunciar ao mandato, conforme sugerido por colegas durante a reunião plenária. “Fui o segundo mais votado em Belo Horizonte, renunciar jamais”, disse.

 

O parlamentar não quis opinar sobre possíveis resultados no processo. “Quem falar de resultado agora está jogando para a imprensa. Não posso ser cassado pela imprensa, eu não tenho uma condenação até hoje”, argumentou. 

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Sobre as gravações em que ele aparece fazendo ameaças ao procurador de Justiça Leonardo Barbabella e ao colega Mateus Simões, afirmou que trata-se de falas do passado “editadas”. “É mais um desabafo, não é questão de ameaçar ninguém”.  

 

Repercussão no plenário

 

 

No plenário, o vereador Gabriel Azevedo (sem partido) defendeu que Wellington Magalhães renunciasse ao mandato para evitar uma série de constrangimentos, tanto para a família dele como para aliados na Casa. “Renuncie! Vamos abreviar isso hoje”, disse. O vereador ainda afirmou que o clima de medo que vem tomando os corredores não vai dar o tom da investigação.

“Aconteça o que acontecer, e tem acontecido muita coisa, mas essa Casa não vai se pautar pelo medo”, disse. Ainda coube a Gabriel fazer a defesa de Mateus Simões: “exemplo de retidão e de boa política”.


 

Outro a encaminhar para que a comissão processante fosse criada foi o vereador Gilson Reis (PCdoB). Ele afirmou que o momento será a oportunidade de Magalhães tentar se livrar do processo na Câmara. “Encaminho pelo sim, para que haja o amplo direito de defesa e para que possam ser investigadas as denúncias e também possa ser garantido o direito de defesa ao vereador”.