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Estado de Minas INVESTIGAçãO

Pimentel volta a ser alvo da PF

Suspeita é de caixa 2 na eleição de 2014. Polícia apreende euro, dólares e libras no apartamento do petista que somam R$ 60 mil


postado em 13/08/2019 04:00 / atualizado em 12/08/2019 21:46

Agentes da PF cumpriram ontem mandados de busca no prédio onde fica a residência e o escritório de Pimentel(foto: Edésio Ferreira/EM/D.A PRESS)
Agentes da PF cumpriram ontem mandados de busca no prédio onde fica a residência e o escritório de Pimentel (foto: Edésio Ferreira/EM/D.A PRESS)

O ex-governador Fernando Pimentel (PT) foi alvo ontem de nova operação da Policial Federal, que investiga o uso de caixa 2 pelo petista na campanha eleitoral de 2014. Nas buscas no apartamento do político, foram apreendidos dólares, euros e libras esterlinas, além de moeda nacional, em recursos que somam cerca de R$ 60 mil. Os dois mandados de busca e apreensão, autorizados pela 32ª Zona Eleitoral, foram para a residência e o escritório, que ficam em um prédio na Rua do Ouro, na Serra. A operação, batizada de Monograma, é fruto de mais um desdobramento da Acrônimo, desencadeada em 2015. Segundo o delegado Marinho Rezende, o objetivo é comprovar o vínculo de Pimentel com empresas de consultoria que receberam R$ 3 milhões da empreiteira OAS. "Há indícios fortes de que ele era sócio oculto e tinha poder de mando nessas empresas", disse.
 
As investigações e a delação premiada do empresário Benedito Rodrigues de Oliveira Neto, o Bené, colocam, segundo a PF, Pimentel como real destinatário do dinheiro pago a essas consultorias por serviços que não foram prestados. Para a polícia, esse recurso teria servido como contribuição para a campanha eleitoral que elegeu Pimentel em 2014. "Essas empresas prestaram serviços fictícios para legalizar esse dinheiro que vinha de forma ilícita, como caixa 2", explicou o delegado. De acordo com ele, a suspeita é que esse recurso seria um pagamento pela atuação de Pimentel como então ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior a favor da OAS. A gestão do petista, durante o governo de Dilma Rousseff (PT), teria ajudado a empreiteira a conseguir obras no Uruguai.
 
O delegado regional de combate ao crime organizado, Renato Matsen, afirmou que a vinculação do pagamento com obras conquistadas pela OAS no exterior está sendo investigada. Ele ressaltou o fato de o dinheiro ter sido repassado em espécie e muito antes do período eleitoral, nos primeiros meses de 2014. "Não se exclui a hipótese de esses pagamentos serem em função da gestão dele para favorecer a OAS. Ela estaria devolvendo um dinheiro em relação a um benefício que recebeu", disse. Os crimes investigados nessa operação são de falsidade eleitoral e lavagem de dinheiro. Se condenado, Pimentel estará sujeito a cinco anos de prisão pelo primeiro crime, e de 3 a 10 anos pelo segundo.
 
Em nota, o advogado Eugênio Pacelli, que faz a defesa do ex-governador Fernando Pimentel, criticou a nova operação da PF. "Estranhamos a medida, que se refere a fatos de 2014. E a Operação Acrônimo já adotou todas as medidas possíveis. Estamos contribuindo, colocando tudo à disposição, apesar do excesso que carateriza essa busca e apreensão", informou. Sobre o dinheiro recolhido no apartamento,  o advogado de Pimentel disse que "todos esses valores foram declarados ao IR, ou seja, comprovam a origem e respectiva regularidade fiscal".



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