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Estado de Minas

UFMG inaugura Centro de Estudos Norte-americanos

No contexto da internacionalização das parcerias e pesquisas, a UFMG já tem centros para pesquisas sobre a África, a América Latina, a Ásia Oriental, a Europa e a Índia


postado em 10/06/2019 14:06 / atualizado em 10/06/2019 14:24

(foto: Jair Amaral/EM/D.A Press)
(foto: Jair Amaral/EM/D.A Press)

 Dentro de seu processo de internacionalização e intercâmbio para estudos, a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) vai inaugurar nesta segunda-feira 10, à tarde, o Centro de Estudos Norte-americanos (Cena), voltado para projetos de pesquisa nos Estados Unidos e no Canadá. As linhas de trabalho serão definidas por comitê composto de professores da UFMG de diversos campos como artes, medicina, veterinária e direito.

O México, também parte da América do Norte, integra as atividades do Centro de Estudos Latino-americanos. Atualmente há outros cinco centros de estudos vinculados à Diretoria de Relações Internacionais (DRI) da UFMG, dedicados às relações com a África, a América Latina, a Ásia Oriental, a Europa e a Índia.

Segundo o professor Aristóteles de Góes Neto, coordenador do Cena, os Estados Unidos são o principal país parceiro da UFMG, tanto em volume de intercâmbios e pesquisas conjuntas quanto em aporte de recursos destinados por agências de fomento.

“O objetivo do Cena é funcionar como catalisador, fomentando ainda mais oportunidades e ampliando o relacionamento com universidades, empresas e ONGs dos Estados Unidos e do Canadá, país com o qual também temos mantido parcerias relevantes”, diz o professor.


Além da aproximação da UFMG com os países norte-americanos, a iniciativa tem por objetivo difundir a história dos Estados Unidos e eventos que respondem pela fundação da identidade daquele país, segundo informou Rita Rico, cônsul dos Estados Unidos em BH.

O evento de inauguração tem a participação da reitora Sandra Regina Goulart Almeida, de Benoni Belli, ministro de Relações Internacionais da Embaixada dos Estados Unidos, de  Franz Brandenberger, comissário de comércio do Consulado do Canadá, além doconselheiro para Assuntos de Cultura, Educação e Imprensa da Embaixada dos EUA no Brasil,Erik Holm-Olsen e a cônsul dos Estados Unidos em Belo Horizonte,Rita Rico.   

 

São professores convidados para as palestras inaugurais o cientista político Jason Casellas, da Universidade de Houston, com o tema Representação e voto latinos nos Estados Unidos, dentro do painel Política e diversidade étnica nos Estados Unidos. O professor Brian Purnell da Bowdoin Collegge, especialista em estudos afroamericanos, abordou o tema Discriminação racial e a Jim Crow North (referência à legislação segregacionista nos EUA).

 

Racismo

 

Embora frequentemente caracterizado como um flagelo principalmente do Sul dos Estados Unidos, também o Norte do país não pode ignorar as suas raízes segregacionistas e os laços com os movimentos de supremacia branca. Para o professor Brian Purnell compreender hoje o racismo na América do Norte requer um exame da história das práticas e ideologias  tanto no Sul como no Norte.

Em entrevista ao Estado de Minas, Purnell assinala que o sistema de leis que privou negros de direitos civis e sustentou a segregação racial conhecido como Jim  Crow, não começou no Sul do país, mas em estados como Nova York, Massachusetts, Ohio, Nova Jersey e Pensilvânia.

Segundo o especialista,  ao restringir o direito de negros ao voto, o Jim Crow determinou a vida política nos Estados Unidos até pelo menos metade dos anos 60. Contudo, em 1965,  a edição do Voting Rights Act – uma garantia do cumprimento da 15a emenda da Constituição dos Estados Unidos, constituiu uma das peças mais abrangentes de direitos civis no país.

“Quando os afro-americanos nos Estados Unidos passaram a votar em massa após 1965, mudaram as políticas públicas em relação à distribuição dos fundos para a educação, para serviços sociais, para pessoas que não têm empregos, ajudando a todos que sofriam desigualdades sociais, na educação, na renda e na riqueza”, disse ele.

 

O professor considerou o importante papel das ações afirmativas adotadas no país, que influenciaram o que os americanos aprendem sobre o seu país, ao introduzir diversidade de temas e estudos ministrados na história, ciência política, sociologia, literatura entre outros.

 “As ações afirmativas na educação superior e no mercado de trabalho nos Estados Unidos aumentaram o número de pessoas negras de classe média”, disse ele. Mas, ao mesmo tempo, elas não foram suficiente para reduzir o persistente aumento da pobreza de pessoas negras e o grande aumento nas taxas de encarceramento de pessoas negras.

“As ações afirmativas ajudam algumas minorias raciais e muitas mulheres que conseguem aproveitar as novas oportunidades. Mas temos contudo, no país, desigualdades profundas que persistem, entre elas, a questão das altas taxas de encarceramento de negros”, disse ele, considerando que Brasil e Estados Unidos podem aprender com o intercâmbio e troca de experiência em muitos desses campos de estudo.

 

 


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