Os partidos do Centrão no Congresso ainda estudam um movimento para tirar o Conselho de Controle de Atividades Financeiros (Coaf) do Ministério da Justiça e Segurança Pública. A Medida Provisória que reorganizou a estrutura ministerial do governo e que colocou o órgão na Pasta do ministro Sergio Moro deve ser votada nesta quarta-feira, 8, às 14h30, em uma comissão formada por deputados e senadores.
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Bezerra diz ter 15 ou 16 votos para aprovar Coaf na Justiça em comissãoCoaf na Justiça tem aval de metade de comissãoMoro defende na rádio Jovem Pan que Coaf fique com Ministério da JustiçaDescontentes com a articulação do governo, esses partidos ameaçam ainda obstruir a sessão de votação nesta quarta. De acordo com parlamentares ouvidos pelo Broadcast Político, um destaque - ou seja, uma sugestão de alteração no parecer que é votada separadamente - sobre o item pode ser apresentado na comissão.
No governo, o discurso é que a permanência no Coaf sob o guarda-chuva de Moro é essencial para a troca de informações sobre movimentações financeiras com outros órgãos de investigação. A concentração de poderes com o ministro é uma preocupação manifestada reservada por parlamentares.
O líder do PR na Câmara, Wellington Roberto (PB), rebateu o argumento do governo afirmando que o Coaf faria seu papel em qualquer estrutura que estiver. "Onde estiver, seja coordenado pelo ministério que for, ele vai cumprir o seu papel. Não é por força de ministério nenhum que o Coaf vai deixar de cumprir o papel", declarou o parlamentar, pontuando que tanto na pasta da Justiça quanto na Economia o órgão continuaria com condições de trocar informações.
Além do Coaf, o Centrão chegou a estudar a possibilidade de pedir a saída do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) do ministério de Sergio Moro. "Houve uma pressão de alguns segmentos, mas a gente disse que deixasse na Justiça para não polemizar, porque essa questão do Coaf já polemizou demais", comentou Roberto.
Na terça-feira, 7, o senador Fernando Bezerra, que é líder do governo no Senado, projetou uma votação apertada para aprovar o relatório, mas suficiente para o parecer ser encaminhado aos plenários da Câmara e do Senado: 15 ou 16 votos dos 28 membros da comissão. São necessários, no mínimo, 15 votos favoráveis para aprovar o parecer. A medida provisória perde a validade no dia 3 de junho se não for votada até essa data pelo Congresso..