Jornal Estado de Minas

Câmara de BH cria comissão de defesa das mulheres


A Câmara Municipal de Belo Horizonte instaurou nesta sexta-feira o primeiro espaço de discussão destinado às mulheres na Casa. A Comissão de Mulheres teve no começo da tarde de hoje sua primeira reunião que serviu para deliberar assuntos práticos dos trabalhos.

A vereadora Cida Falabella (PSOL) foi escolhida como presidenta – forma como ela prefere ser denominada -, tendo como vice a vereadora Marilda Portela (PRB). A atual legislatura tem quatro mulheres como parlamentares, sendo a presidente da Casa, Nely Aquino (PRTB), uma delas.


Segundo Cida, o espaço pretende ampliar o debate sobre as questões femininas na cidade, além de fiscalizar as políticas públicas e propor projetos de lei que ajudem a proteger e deixar as mulheres, principalmente as que estão à margem da sociedade, inseridas na vida da capital.

“Esse espaço é fundamental, ainda mais nesse momento de ataque tão intensos aos direitos. E quando se retiram direitos as mulheres são as que mais sofrem”, afirmou a presidenta da comissão.


A criação da comissão vem sendo discutida há pelo menos dois anos e teve campo propício para sair do papel no atual momento da Casa. Inicialmente, as reuniões da comissão ocorrerão as segundas-feiras, ás 10h.

Segundo Cida, nas reuniões, além de tratar das pautas, haverá sempre momento de acolhimento das falas da comunidade onde denúncias podem ser feitas.

Comemoração no plenário

 


A nova comissão foi bastante comemorada no plenário na tarde desta sexta-feira, na rápida sessão que durou apenas cerca de 20 minutos caiu por falta de quórum. “Este momento é algo de fato histórico. E isso aconteceu porque nos conseguimos desafiar a ideia de que as mulheres não caminham juntas”, comemorou a vereadora Bella Gonçalves (PSOL).

Na mesma linha, a presidente da Câmara também aplaudiu a existência do grupo de trabalho. “Esse é um dia de festa e extremamente importante para execrar o machismo do nosso meio”, disse. E pediu para os colegas ajudarem no processo de valorização das mulheres.

“É de grande responsabilidade de vocês estarem junto com as mulheres nesta Casa elevando o valor da mulher”, comentou.


Ainda na avaliação de Cida Falabella, o espaço deve contribuir também para que o olhar sobre os direitos humanos perpassem por outras discussões na Casa. Ela não acredita que isso evolua para a formação de uma espécie de “bancada das mulheres”, considerando que há pensamentos diferentes entre as integrantes do grupo, mas admite que isso trará uma aproximação.

“Nesse sentido, ter um espaço qualificado dentro da Casa, que se debruce sobre as questões, vai puxando um debate de que mundo queremos, que cidade e que democracia estamos construindo”, analisa.


Além de Cida e Marilda Portela, ainda integram a comissão a vereadora Bella Gonçalves (PSOL) e os vereadores Edmar Branco (Avante) e Maninho Félix (PSD), ambos foram escolhidos por serem parceiros das causas das mulheres. Por presidir a Casa, Nely Aquino não pode ter assento em nenhuma comissão.


A Assembleia Legislativa de Minas Gerais também tem um espaço para discussão dos assuntos e políticas femininas. Segundo a Casa, a Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher analisa proposições e assuntos relacionados aos direitos da mulher e à igualdade entre homens e mulheres. O grupo tem como presidenta a deputada Marília Campos (PT) e Andreia de Jesus (PSOL) como vice.

 

 


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