O escritor Olavo de Carvalho fez novas críticas aos militares do governo de Jair Bolsonaro em vídeo publicado no último fim de semana. O conteúdo foi divulgado no canal do presidente no YouTube no sábado, 20, republicado pelo filho Carlos Bolsonaro no domingo e, horas depois, deletado. O vídeo, que não está mais disponível, foi registrado pelo jornal Folha de S.Paulo.
Em seis minutos, Olavo diz que considera o presidente "um mártir" e criticou o núcleo militar do governo. "Qual a última contribuição das escolas militares à alta cultura nacional? As obras do Euclides da Cunha. Depois de então, foi só cabelo pintado e voz impostada. E cagada, cagada. Esse pessoal subiu ao poder, destruiu os políticos de direita e sobrou o quê? Os comunistas, daí os comunistas tomaram o poder.
Olavo de Carvalho afirmou, ainda, que os militares precisam corrigir os próprios erros para depois tentar arrumar o dos outros. Em outro trecho do vídeo, diz que o discurso de que as Forças Armadas livraram o Brasil do comunismo é "conversa mole".
Relembre outras críticas
Em março deste ano, Olavo de Carvalho chamou o vice-presidente Hamilton Mourão de "um cara idiota".
Segundo ele, o presidente estaria de "mãos atadas". "Ele não reage porque aquele bando de milico que o cerca é tudo um bando de cagão, que tem medo da mídia". Dias depois, Mourão, em jantar em São Paulo, mandou um recado ao escritor. Da próxima vez que disser algo ofensivo contra sua pessoa, "terá que se haver com a Justiça".
Santos Cruz
O general Carlos Alberto dos Santos Cruz, ministro da Secretaria de Governo, também foi alvo de Olavo.
Abandono
No início de março, Olavo de Carvalho fez uma publicação pedindo que seus alunos abandonassem o governo e teceu novas críticas aos militares. "O presente governo está repleto de inimigos do presidente e inimigos do povo, e andar em companhia desses pústulas só é bom para quem seja como eles. Não quero ver meus alunos tendo suas vidas destruídas no esforço vão de ajudar militares acovardados cujo maior sonho é 'tucanizar' o governo para agradar à mídia.".