O presidente Jair Bolsonaro se reuniu no início da tarde com o autoproclamado presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó. Ele chegou ao Palácio do Planalto às 13h50, acompanhado pelo ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, e passou pelo tapete vermelho estendido em uma das portarias laterais do edifício principal.
Os Dragões da Independência fizeram as honras na entrada. Apesar de o Brasil reconhecer Guaidó como presidente interino da Venezuela, o encontro não é considerado uma visita de Estado e aconteceu no gabinete de Bolsonaro. O também presidente da Assembleia Nacional da Venezuela ainda deve se encontrar com o presidente do Congresso Nacional, senador Davi Alcolumbre (DEM-AP).
Em pronunciamento no Palácio do Planalto, Bolsonaro afirmou que Guaidó "é uma esperança" e se desculpou pela conduta dos presidentes anteriores, Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff. "Faço mea culpa dos presidentes do Brasil que foram parte responsáveis", disse.
"A democracia tem que ser tratada com muito carinho e ser vigiada. O povo brasileiro acordou e resovu dar um ponto final no demagogismo", afirmou. Bolsonaro também chamou Guaidó de "irmão".
Guaidó agradeceu pelo acolhida do governo brasileiro e criticou o governo de Nicolás Maduro, que tem recusado a ajuda humanitária.
Guaidó chegou ao Brasil na madrugada de hoje (28).
“Em nosso encontro com os embaixadores dos países da União Europeia, continuamos a fortalecer as relações com nações que reconheceram nossos esforços para recuperar a democracia na Venezuela e obter eleições livres”, escreveu. "Apreciamos o forte apoio internacional dado à nossa rota e apoio à ajuda humanitária. É hora de avançar para conseguir a cessação da usurpação que porá fim à crise na Venezuela, recuperará nosso país e estabilizará a região”, completou.
Mais cedo, também pelo Twitter, o ministro Ernesto Araújo disse que a diplomacia brasileira continua com seu "apoio irreversível e incondicional à libertação" do país vizinho. No mês passado, o Tribunal Supremo de Justiça proibiu Guaidó de deixar a Venezuela e congelou suas contas.
Guaidó almoçou na residência oficial do embaixador do Canadá e se reuniu com embaixadores de países que o reconhecem como presidente interino da Venezuela na representação da União Europeia no Brasil. Antes de chegar para o encontro com Bolsonaro, Guaidó fez uma parada no Itamaraty, que não estava prevista.
A Corte atendeu a um pedido do procurador-geral da Venezuela, Tarek William Saab, aliado do presidente Nicolás Maduro. Apesar da decisão judicial, o presidente interino foi à Colômbia para articular a entrega de ajuda humanitária na fronteira e participar do encontro do Grupo de Lima, em Bogotá.