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Estado de Minas

Enquanto passa a banda mole


postado em 24/02/2019 12:00 / atualizado em 24/02/2019 12:21


Não é mole não ver a banda passar sem conseguir trazer uma boa notícia na política. Enquanto a maior parte dos brasileiros está no vermelho no banco, a Marisa Rosas, do PRB, custou só R$ 3,7 mil por cada voto que recebeu nas urnas ano passado. A acusação é que ela foi “candidata laranja”. A Banda Mole é multicolorida com sua irreverência, mas não contava com uma adversária que nem rosada ficou até quando admitiu esta história toda na TV.

E olha que a irreverente banda saiu às ruas enquanto o governo federal ainda conta os votos para adiar a sua aposentadoria. Não da banda, que fique bem claro. Dos brasileiros mesmo. Por enquanto, a própria calculadora do Palácio do Planalto informa que ainda falta convencer uma coleção de deputados e senadores.

Isso significa que a Banda Mole terá de desfilar só depois de fazer um ensaio em Chicago, na University considerada referência mundial no pensamento liberal e onde Paulo Guedes obteve PhD, além de ter sido fundador de banco e agora é o ministro da Economia de Bolsonaro. Se ele diz o óbvio, que a reforma da Previdência reduz gastos públicos, a coluna avisa que do outro lado aumenta o tempo para você conseguir se aposentar.

O jeito é mudar de assunto, afinal, o pré-carnaval é multicolorido, mas a cor alaranjada prevaleceu na política, diante do caso envolvendo o ministro do Turismo do governo Jair Bolsonaro, Marcelo Álvaro Antônio (PSL). A novidade é que ele agora é acusado no Ministério Público Eleitoral de ter formado um esquema de candidaturas laranjas. Agora chega mesmo.

Já que Bolsonaro caiu no samba, ou melhor, na calculadora do ministro-chefe da Casa Civil da Presidência, Onix Lorenzoni, desafinou na promessa de não fazer o toma lá dá cá que tanto o presidente atacou na campanha.

Previdente com a reforma, Onix ligou a calculadora para mapear os cargos de livre nomeação, leia-se, os tais comissionados, sem concurso público. Pretende, com isso, o “toma lá” seus cargos e “da cá” os votos que o governo precisa. Afinal, nunca é demais repetir: são necessários nada menos que 308 votos na Câmara dos Deputados e 49 votos no Senado.

A propósito, o aviso de que o governo não tem ainda os votos necessários foi do próprio presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), cuja calculadora certamente não deve estar errada, embora o democrata tenha tucanado ao dizer que há um sentimento da maioria dos parlamentares de votar a reforma.

Enfim, se telefonar não ofende, mesmo em pleno domingão, será que foi por este aviso que o ministro Onix Lorenzoni prometeu ficar pendurado nele hoje? Depois de ir à missa rezar para conseguir os votos necessários? Melhor é esperar para ver e crer.

Fina ironia

“Acho que tem que fazer esse banco de talentos. É um nome bacana, né?” A frase é do presidente do Senado Federal, Davi Alcolumbre (DEM-AP). Se ele estava afiado teve ainda mais de declarações suas com fina ironia: “Só colocaram outro nome: banco de talentos”. E já que não ofende, emendou a pergunta: “Será que no outro modelo as pessoas não tinham talentos?”. Ele próprio respondeu à pergunta que fez: “As pessoas também tinham talento antes”. É claro que, mesmo aliado, a fina ironia tinha endereço certo. O presidente Jair Bolsonaro (PSL), óbvio.

A UDR voltou

Fazia tempo que a União Democrática Ruralista (UDR) não era notícia, mas o governo federal trouxe de volta diante do secretário especial de Assuntos Fundiários, Luiz Antonio Nabhan Garcia, integrante dela. E junto com ele a necessidade de atacar o que trata como “maldição de viés político e ideológico”. Ele próprio explica: “Minha função aqui é tentar reverter a forte influência política e ideológica, principalmente no Incra”. A queixa Nabhan Garcia explica: “Hoje, o maior latifundiário do país é o índio”.

A aulinha

Ele é Novo, tem tempo ainda para aprender. Afinal, a Escolinha do Professor Romeu pretende discutir a relação com a imprensa. Se o professor será o marqueteiro da campanha eleitoral no ano passado, pelo jeito o tema deve tratar de volta os argumentos que usou na disputa pelo governo. Naquela que, a meu ver, nem precisava de marqueteiro, já que o senador Antonio Anastasia (PSDB-MG) teve menos votos no segundo turno do que no primeiro e o governador Fernando Pimentel (PT) não conseguiu passar para a segunda etapa da eleição.

Imperativo

É tudo aquilo que se impõe sem discussão possível, um mando que parte de alguma autoridade constituída ou ainda que exprime uma ordem. Por que tudo isso? Melhor deixar a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, deixar claro e evidente: “No que respeita às informações carreadas pela autoridade policial, tem-se que os elementos suscitados se prestam a reforçar os fatos e fundamentos que ensejaram o acautelamento preventivo do acusado, mormente o risco à ordem pública, razão pela qual se faz imperativa a manutenção da prisão preventiva de Paulo Vieira de Souza”. O Paulo Preto, operador dos tucanos.

Termômetro

Já que falamos no presidente do Senado, vale ressaltar que ele pretende respeitar todos os prazos e dar espaço à oposição questionar. Calma, nada a ver com o plenário. É a tal comissão de nome não tão sugestivo assim, mas se trata de comissão especial para acompanhar a tramitação da reforma da Previdência na Câmara dos Deputados. O objetivo é que os deputados sintam qual é o “termômetro” do Senado. Ainda bem que será terça-feira. Afinal, amanhã, a sessão no Senado começa às 14h com os oradores de sempre: Paulo Paim (PT-RS), Álvaro Dias (Pode-PR) e Izalci Lucas (PSDB-DF).


Pinga Fogo

. É informação oficial da Assembleia Legislativa (ALMG): “Deputados que possuem imóvel em Belo Horizonte, ou que tenham sido proprietários de imóvel na capital nos 12 meses que antecedem o início do mandato, não receberão o auxílio-moradia”.

. Uai, antes os deputados estaduais recebiam mesmo tendo casa própria em Belo Horizonte? Então, um registro: no meio do caminho tem o Conselho Nacional de Justiça, tem o CNJ no meio do caminho. Não fosse isso…

. “Atenção, Venezuela: anunciamos oficialmente que o primeiro carregamento de ajuda humanitária entrou agora em nossa fronteira com o Brasil. É uma grande conquista, Venezuela!” O anúncio foi feito pelo autoproclamado presidente da Venezuela, Juan Guaidó.

. Enfim, as notícias só tratam do pouso forçado da Embraer diante da fusão com a Boeing, o Magazine tem o seu valor de mercado aumentado em R$ 3 bilhões na bolsa de valores e o secretário de Previdência, Rogério Marinho, diz que vai antecipar a idade mínima dos militares...

. ...o jeito é tratar do desfile da Banda Mole, que trouxe ritmos como funk, axé, sertanejo e o último da lista é o samba tratando do Fabrício Queiroz (foto), aquele encrencado na Justiça e que era assessor do senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), o jeito é ficar por aqui.


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