Representante do baixo clero, o senador Davi Alcolumbre (DEM-AP), eleito neste sábado (02/02), como presidente do Senado, ele reuniu apoio à candidatura ao comando da Casa oferecendo acesso ao Planalto e se colocando como alternativa à "velha política", representada pelo senador Renan Calheiros (MDB-AL), quatro vezes presidente da Casa. O aval do ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, ao seu nome deu credibilidade à sua promessa de portas abertas no governo e lhe garantiu apoio.
Mas o próprio Alcolumbre, dizem adversários, é adepto de práticas consideradas da "velha política". Como deputado, conseguiu aprovar em 2009 um projeto de lei para homenagear um tio - Alberto Alcolumbre - acrescentando o nome dele ao título do Aeroporto de Macapá.
Leia Mais
Alcolumbre diz não conhecer Paulo Guedes, mas afirma que está de portas abertasGoverno atuou por Alcolumbre e modificou cenário para Renan, diz MaranhãoLorenzoni comemora vitória de Davi Alcolumbre com passagem bíblicaAlcolumbre diz que acusações em inquéritos no STF serão "esclarecidas"Bolsonaro tem menor base desde CollorPara aprovar reforma da Previdência, articulação política do governo precisa mudar Renovação no Senado e na Câmara pode comprometer votações importantesEm 2013, ainda deputado, usou verba de gabinete para abastecer seus carros no posto de gasolina Salomão Alcolumbre e cia LTDA, de um tio. No mesmo ano, ele foi investigado pela PF por supostas ligações com o doleiro Fayed Trabouli, durante diligências relacionadas a um escândalo sobre desvios de dinheiro de fundos de pensão.
Na época, ele admitiu ter mantido conversas com Fayed. Mas disse que não tratou de assuntos financeiros. A continuidade das investigações foi barrada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no ano seguinte. A Corte anulou interceptações telefônicas feitas pela polícia.
Alcolumbre ainda colocou como suplente no Senado um irmão. Josiel Alcolumbre fez campanha, nesta sexta-feira, 1.º, nas redes sociais contra Renan Calheiros e publicou fotos e textos como se seu irmão já tivesse vencido a disputa contra o alagoano
Aos 41 anos, o novo presidente do Senado é comerciário com formação incompleta em Ciências Econômicas. Na eleição de 2018, disputou o governo do Amapá. Ele perdeu a eleição para Waldez Góes (PDT). Ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), declarou patrimônio de R$ 770 mil.
A eleição lhe rendeu uma acusação do Ministério Público Eleitoral por suspeita de pressionar servidores da Secretaria Municipal de Saúde de Macapá, em horário de expediente, a participarem dos atos de campanha de Alcolumbre e de sua vice, Silvana Vedovelli. Procurado pela reportagem, o senador não comentou.
.