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Estado de Minas

Coluna Baptista Chagas de Almeida


postado em 22/01/2019 12:00 / atualizado em 22/01/2019 08:10

 

Em 10 minutos no vazio de Davos

 

O Brasil atraiu ano passado US$ 59 bilhões, o que significa US$ 9 bilhões a menos que em 2017, uma queda de 12%. Com esse resultado, Holanda e Austrália superaram a economia brasileira, que terminou o ano na 9ª posição. Em 2017, o Brasil ocupava a 7ª colocação. Culpa de quem? Turbulência política.

Só que hoje o compromisso brasileiro será rápido, 10 minutos apenas. É o que promete o presidente Jair Bolsonaro (PSL), um discurso curto e cronometrado no Fórum Econômico Mundial. Ele está esvaziado sem as presenças de líderes de França, Reino Unido e Estados Unidos. Com boas desculpas. Problemas em casa, digamos assim.

Daí a possibilidade bem palpável de o discurso brasileiro de hoje chamar a atenção, já que deve incluir a defesa da abertura econômica, do combate à corrupção e do compromisso com a democracia. É música aos ouvidos dos investidores. Afinal, Davos indica que haverá apenas um momento de desorientação geral.

Os termos usados nas notícias sobre o fórum passam por instabilidade, ruptura e isolacionismo. Não à toa, a fala de Jair Bolsonaro pretende tratar de convencer o empresariado sobre o atual porto seguro do Brasil. Vai ressaltar segurança jurídica para os investidores externos, as reformas estruturais e inclui ainda modernidade, no sentido de garantir a abertura comercial.

O termo “florescer” por ele usado deve ter tido o sentido de tornar prósperas as negociações, mas dá para usar também como cobrir de flores o caminho brasileiro em busca de investimentos. Só que o ministro da Economia, Paulo Guedes, é mais pragmático e de calculadora na mão pretende convencer que o antigo “negócio da China” não pode ficar fora, assim como os países árabes. Israel, mudar embaixada, esqueça isso e tudo mais.

Business is business, men! Negócios em que, para serem bem-sucedidos, é necessário fazer coisas que podem ferir ou perturbar as pessoas. Para que fique claro mais uma vez, é o jeito de ser de Paulo Guedes, ex-fundador do Banco Pactual e doutor pela The University of Chicago.

Sendo assim, já chega. Ah, não! Tem ainda o registro necessário a ser feito. Ao chegar em Davos, o presidente brasileiro fez questão dizer que é preciso fazer o desembarque também do ainda presidente-ditador da Venezuela, Nicolás Maduro. E que seja rapidamente!

Eu, hein!
Juro que não sabia que tinha tucano em cima do muro no governo alemão de Angela Merkel, a chanceler que é quem manda de fato na política do país. Basta uma frase: “Temos, por outro lado, na imprensa, em partes da sociedade alemã, uma reputação do Brasil que pode ser meio errada. Então, queremos também cooperar a fim de melhorar essa reputação”. O fato é que o embaixador Georg Witschel  tratou com o vice-presidente Hamilton Mourão, no exercício da Presidência da República, sobre direitos humanos e do Acordo do Clima, este sim, aquele que foi e voltou. Por enquanto…

MST vem aí!
Todo dia tem a mesma ladainha. E sempre da ministra da Agricultura, Tereza Cristina. Desta vez, o alvo foi o ouvidor agrário nacional exonerado do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), Jorge Tadeu Jatobá Correia. O argumento é risível, embora graça nenhuma tenha: “É ligado ao PT, mas é correto e isento”. Se a função do cargo é prevenir e mediar conflitos agrários, o MST vai adorar dar o troco. Um petista facilitaria as negociações que não vão acontecer sem ele.

Boca calada!
Alerta vermelho! Uai, será que o PT vem aí? Golpe de Estado pelos militares nem precisaria. O encarregado da tarefa é Otávio Santana do Rêgo Barros, o general de divisão. O modelo é multicolorido – verde, amarelo e vermelho – isso mesmo, aquele usado no Exército para classificar a gravidade das informações com o objetivo de diminuir o efeito de polêmicas e potencializar informações positivas. Só que, necessário de fato, é determinar que a boca do filho do comandante-chefe Bolsonaro fique fechada.

Extra! Extra!
Edição Extra! Só que é do Diário Oficial da União (DOU) na sexta-feira e foi publicada logo depois de o presidente da República Jair Messias Bolsonaro (PSL) editar a Medida Provisória 871/2019. A medida cria o Programa Especial para Análise de Benefícios com Indícios de Irregularidade (Programa Especial) e o Programa de Revisão de Benefícios por Incapacidade (Programa de Revisão). Para tanto, a MP cria a carreira de perito médico federal e estabelece uma gratificação para servidores e peritos médicos que identificarem fraudes. Quase tudo em transcrição literal, para que fique bem clara a pressa do governo federal.

@renancalheiros
“Olha, não quero ser presidente do Senado. Os alagoanos me reelegeram para ser bom senador, não presidente. Já fui várias vezes, em momentos também difíceis. A decisão caberá à bancada, e temos outros nomes.” Foi essa a reação do senador reeleito, diante da decisão do ministro Luiz Fux do Supremo Tribunal Federal (STF) de enviar à Justiça de Brasília a questão de seu impedimento, diante da coleção de processos contra ele. Juridicamente, a alegação é de que Renan não tem idoneidade e reputação ilibada para presidir o Senado. O pedido foi feito pelo Movimento Brasil Livre (MBL) que não costuma perder as oportunidades que aparecem.

PINGAFOGO

Em tempo: “Para cada processo concluído, o técnico ou analista do INSS receberá gratificação de R$ 57,50 (bônus de desempenho institucional por análise de benefícios com indícios de irregularidade do monitoramento operacional de benefícios)”. Ainda da MP em edição extra.

O Fórum Econômico Mundial, este que começa hoje, vai usar a presença do ex-juiz e ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, para promover a sua nova bandeira: “a moralização da globalização”. Ele é uma estrela, tomara que não crie ciúmes em outros integrantes do governo. Ou filhos, né?

Falar em estrela, a que brilhou ontem também foi a da senadora Simone Tebet (MDB-MS). Com Renan, a princípio, fora do caminho e prometendo apoio a ela – difícil saber se ajuda ou atrapalha –, ela fica como a única emedebista na disputa. Mas se o MDB for unido a favor dela, pode ser um bom início.

Por fim, o presidente Jair Bolsonaro vai despachar do Hospital Albert Einstein, aquele chique de São Paulo, para retirar a bolsa da colostomia que usa desde a facada que sofreu em Juiz de Fora, em campanha aqui em Minas.

A cirurgia será depois de Davos, onde ele está para o Fórum Econômico. Mas não pretende parar de trabalhar. Muito antes pelo contrário, até ministros, se for necessário, vão voar a São Paulo para despachar com o presidente. Sendo assim melhor levantar voo também.

 


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