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Estado de Minas

Coluna Baptista Chagas de Almeida


postado em 15/01/2019 12:00 / atualizado em 15/01/2019 07:30


Ao Fórum de Davos e bastante confiante


O presidente Jair Bolsonaro já marcou data para tirar a bolsa da facada durante a campanha eleitoral, só que antes ele avisou que pretende ir ao Fórum Econômico Mundial e, pelo jeito, está bastante otimista com a viagem entre 22 e 25 deste mês. “Mostrarei nosso desejo de fazer comércio com o mundo todo, prezando pela liberdade econômica, acordos bilaterais e saúde fiscal”.

Começou assim, antes de acrescentar que “com esses pilares, o Brasil caminhará na direção do pleno emprego e da prosperidade”. “Quanto ao trazer boas experiências e avanços ao nosso país!” é preciso ressaltar mais um trecho do twitter presidencial.

Escreveu ainda Bolsonaro: “Estou confiante e feliz com essa grande oportunidade de apresentar a líderes do mundo todo um Brasil diferente, livre das amarras ideológicas e corrupção generalizada”.  Aí é preciso fazer um registro com um pouco de história sobre o que anda acontecendo na política nacional.

Ele foi eleito senador, pela primeira vez em que disputou uma eleição, tirando o fato de ter sido presidente do Fortaleza, isso mesmo, deixou para lá a máxima de que futebol e política não se misturam. Trata-se do senador eleito Eduardo Girão (Pros), que ficou com a segunda vaga para o Senado do Ceará, atrás do ex-governador Cid Gomes (PDT). E derrotou nada menos que Eunício Oliveira (MDB-CE), o presidente do Senado.

Como empresário, ele atua também nas áreas de transporte de segurança privada, em especial o transporte de valores. Deve entender também de corrupção. Afinal, sua primeira medida no Congresso foi pedir mandado de segurança no Supremo Tribunal Federal (STF) para impedir que Renan Calheiros (MDB-AL) volte à presidência do Senado. Argumenta de forma enfática que é preciso respeitar “a moralidade como princípio nuclear norteador de todos os atos dos agentes públicos e exija probidade no exercício do mandato”.

Para ser justo, Renan não é réu, mas tem uma coleção de processos (pelo menos 10) em andamento. Por enquanto, né? Melhor deixar mais claro: ele já foi presidente do Senado quatro vezes, incluindo aquela em que renunciou, em 2007. E agora tenta se reeleger. Seu comando na Casa desde 2013 expira em 1º de fevereiro.

Se tem livrar “corrupção generalizada” no tweet do presidente Jair Bolsonaro, será que ele vai fingir que é uma questão interna corporis? Os participantes do Fórum de Davos provavelmente não vão gostar.

 

 

Porta-voz
Andava mesmo precisando urgentemente de um porta-voz o presidente Jair Bolsonaro (PSL). O recibo que passou, assinado, no modo de dizer, pela Secretaria de Comunicação da Presidência é um desastre. Se ressaltou – em nota oficial (isso mesmo, oficial) que, em telefonema do vice-premiê italiano Matteo Salvini, isso mesmo, o vice – que “sem a intervenção do presidente Bolsonaro a extradição não teria se concretizado e que o presidente brasileiro tem excelente imagem junto ao povo italiano”, melhor pedir uma pizza rápido, antes matar a fome de ser mais cruel diante da nota.

 

“Travestido”
Afinal, de pizza os italianos entendem muito bem, a conclusão do caso de Cesare Battisti, condenado à prisão perpétua é um grande sinal de que o Brasil “dá de que não aceitará mais criminoso travestido de perseguido político”. Deixa para lá. Os travestis de fato devem ter adorado. E se o Brasil ficou de fora, não conseguiu trazer Battisti, fica o registro de mais um recibo: “Assim como simboliza o fim da impunidade nacional e internacional”. Sem direito a pizza, Battisti declarou resignado: “Agora eu sei que vou para a cadeia”. Viu, Lula? Quem mandou dar exemplo?


A estreia…
… de Bolsonaro foi em Itupiranga, numa fazenda que foi ocupada por cerca de 500 integrantes do movimento União Nacional Camponesa (UNC). É a primeira ocupação de terras registrada desde que o presidente assumiu o mandato. Só que o secretário de Assuntos Fundiários do Ministério da Agricultura, Nabhan Garcia, não deixou barato. “Reforma agrária, está na lei e vai continuar. Propriedade sem função social vai para reforma, mas propriedade produtiva, não”. Então chama o coronel João Baptista Lima Filho, amigo do presidente Michel Temer (MDB). Para lembrar, a mesma UNC foi a que invadiu a fazenda pertencente ao coronel João Baptista.


Quem dera?

“É a última chance, por um bom tempo, de ver um eclipse total da lua”, avisa Bruce Betts, cientista da Planetary Society, uma organização norte-americana de astronomia. Em Belo Horizonte, será preciso dormir bem tarde, já que o eclipse parcial começa às 1h34 e terá seu momento máximo às 3h12 já em 21 de janeiro. Já no telescópio da coluna, a previsão é de que não vai haver um eclipse parcial e muito menos o eclipse total tão necessários ao ataque aos cofres públicos dos corruptos.

 

Me ajuda aí
Quem sabe fazer umas compras, porque ando precisando. É, como não veio ao Brasil para a posse do presidente Jair Bolsonaro (PSL), Mauricio Macri agora quer uma forcinha, quem sabe umas comprinhas aqui. Em recessão e com tentativa de reeleição, o argentino anda precisando mesmo e o Brasil não está ajudando. Afinal, se em 2013 as compras brasileiras tinham sido de 76 bilhões de dólares, ano passado ela despencou para US$ 58,4 bilhões. E Macri anda precisando mesmo de melhorar a economia para se reeleger.

 

 

PINGA FOGO

 

O retrato da violência que assola o país ficou mais uma vez evidente na pesquisa Datafolha divulgada ontem. Afinal, o placar foi de 84 a 14, uma goleada que não deixa a menor dúvida. E olha que não vem de agora, repetiu o mesmo placar do ano passado.

Já que falamos no pai, vale o registro de que Renan Filho (MDB) venceu a reeleição no governo de Alagoas, apesar dos ataques da oposição envolvendo corrupção durante praticamente toda a campanha. Se Renan Pai tem dificuldades em Brasília, Renan Filho ganhou em casa.

“Da análise do laudo apresentado, constata-se que, além da perda de 8kg em 41 dias e risco de vida do paciente, há inviabilidade da manutenção da internação na Unidade de Pronto Atendimento – UPA”. O paciente é o deputado estadual do Rio de Janeiro Francisco Manoel de Carvalho (PSC).

 

Não dá samba mesmo diante do risco de vida. Afinal, o Chiquinho da Mangueira está preso desde 8 de novembro. No meio do caminho, tem um “mensalinho” do ex-governador do Rio, Sérgio Cabral (MDB), também na prisão.

Se o samba desafinou e o carnaval este ano só será em março, o jeito é ficar por aqui. Afinal, no país do carnaval e da corrupção, o jeito é tentar não desafinar e ficar por aqui, em busca de melhores notícias.


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