O ministro da Economia, Paulo Guedes, em cerimônia de transferência de cargo, na tarde desta quarta-feira (2), disse que não será um “superministro”, mas que promete tentar implementar uma ampla agenda liberal no país. Ele criticou o excesso de gastos adotados pelos últimos governos e defendeu que a reforma da Previdência será apresentada na volta da Legislatura do novo Congresso Nacional. O evento ocorreu no Instituto Serzedello Correa, em Brasília.
Guedes começou o discurso agradecendo a própria família e ao presidente Jair Bolsonaro, mas logo apontou que não será um superministro. “Não existe alguém que vai consertar todos os problemas do Brasil”, enfatizou. A pasta de Economia vai juntar os ministérios da Fazenda, do Planejamento, do Comércio Exterior e Serviços, além de parte do Trabalho.
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Paulo Guedes deixa hotel e segue para cerimônia de posse de BolsonaroContemporâneos de Paulo Guedes em BH o classificam como ''avesso à política'' e ''bom de bola''Bolsonaro diz desconhecer investigação sobre Paulo Guedes, alvo de inquérito aberto pela PFDe acordo com Guedes, a equipe técnica diagnosticou que o problema principal é simples: a expansão excessiva dos gastos públicos. “O descontrole sobre a expansão dos gastos públicos é o mal maior. Esse descontrole nós já enfrentamos sobre diversas variantes (no passado)”, explicou.
Guedes apontou que “agora é a hora" que entra o grupo que “acredita que o mecanismo de inclusão social são as economias de mercado”. “O nosso diagnóstico tem que começar pelo controle de gastos. Não precisa cortar dramaticamente. É não deixar crescer no ritmo que cresciam. Teto sem parede e sustentação caem. Essas paredes são as reformas”, comentou sobre a Emenda Constitucional 95, que estabelece o teto dos gastos.
O ministro que assumiu o cargo ressaltou que o primeiro e maior desafio é a reforma da Previdência. “A máquina do governo virou uma gigantesca transferência perversa de renda”, apontou. Ele disse que o Brasil “reconstrói” uma Europa por ano com gastos. “O Brasil gasta muito e gasta mal. Chegou a gastar 45% do PIB”, afirmou.
Segundo ele, a proposta de reforma está sendo construída e será apresentada quando a nova Legislatura assumir o Congresso. Guedes apontou que a imprensa terá uma tarefa fundamental para o esclarecimento das medidas à população.
“Não há nada de superministério. É só para todo mundo cantar na mesma música. E os Chigago Olds, conhecem essa canção”, disse Guedes, em alusão ao time econômico que montou com base na Escola de Chicago, que é o berço do liberalismo.
Guedes também disse que vai tentar implementar a agenda liberal, mas que "a coisa mais fácil é se livrar de alguém que não está habituado a Brasilia".