Sem nenhuma experiência na política e filiado a um partido estreante em eleições majoritárias, o empresário Romeu Zema (Novo) assume hoje, às 9h, o comando de Minas Gerais pelos próximos quatro anos. Com minguados segundos na propaganda de rádio e televisão, sem padrinhos políticos e um discurso de renovação na ponta da língua, o mineiro de Araxá, no Triângulo, foi a grande surpresa das urnas. Ao contrário do que previam as pesquisas de intenção de votos no primeiro turno, derrotou caciques da política mineira – como o senador Antonio Anastasia (PSDB) e o governador Fernando Pimentel (PT), que tentava a reeleição – ao receber o aval de 6.963.914 eleitores, ou 71,8% dos votos válidos no segundo turno.
Leia Mais
Zema cancela ida a BrasíliaEquipe de Zema espera herdar dívida do 13º dos servidores de PimentelZema anuncia mais nomesMulher de Paulo Brant será presidente do Servas no governo ZemaZema promete salário do funcionalismo sem atraso e abrir a 'caixa-preta das finanças'Posse de Zema força alterações no trânsito ao redor da Praça da AssembleiaAssista ao vivo a posse do governador Romeu ZemaPosse do presidente e do vice-presidente nem sempre foi em 1º de janeiroNo dia seguinte à vitória, reuniu assessores para discutir a formação da equipe de transição, que foi coordenada pelo vereador Mateus Simões (Novo) e teve a consultoria do ex-presidente do Banco Central Gustavo Franco – que ainda participou da formatação da área econômica do plano de governo. Na primeira entrevista depois de eleito, Zema afirmou temer que a situação de Minas Gerais seja ainda pior que o cenário divulgado pelo governo. A previsão de déficit do estado para 2019 é de R$ 11,4 bilhões. O mesmo valor é devido aos municípios mineiros em IPVA, ICMS, verbas da saúde e transporte escolar. Também sobrou para a nova administração o 13º salário de 2018 do funcionalismo, uma conta de R$ 2,1 bilhões.
Diante desse desafio, Romeu Zema e o economista Paulo Brant (Novo) serão empossados hoje, a partir das 9h, em solenidade na Assembleia Legislativa para 2.535 convidados. Eles chegarão ao local pelo Hall das Bandeiras e passarão por um corredor formado por Dragões da Inconfidência.
Os novos governantes também deverão ler e assinar o termo de posse, para em seguida serem declarados empossados. Neste momento haverá a transmissão do cargo de Fernando Pimentel (PT) para Romeu Zema, por meio da colocação do Colar da Inconfidência no governador eleito – ato que até então era realizado na sacada do Palácio da Liberdade.
LARGADA Logo após a solenidade na Assembleia, Romeu Zema e Paulo Brant seguirão para a Cidade Administrativa para evento que vai marcar a abertura da gestão. Aberto ao público, a estimativa é da presença de 4 mil pessoas. A partir daí, o governo começa oficialmente e o novo governador fará o primeiro pronunciamento público. Não haverá uma solenidade para a posse dos secretários. Os nomes serão publicados na edição de amanhã do Minas Gerais.
Embora tenha marcado os eventos de posse pela manhã para participar da posse de Jair Bolsonaro na Presidência da República, Romeu Zema não irá mais a Brasília.
PATRIMÔNIO Aos 54 anos, completados no dia em que foi eleito no segundo turno, Romeu Zema se candidatou pela primeira vez a um cargo público após receber convite do Partido Novo para disputar o Palácio da Liberdade. Bisneto de Domingos Zema (fundador do Grupo Zema), o empresário ficou quase três décadas à frente do grupo, que tem mais de 400 lojas espalhadas pelo estado, com 5 mil funcionários e faturamento anual de cerca de R$ 3 bilhões. Candidato com o maior patrimônio declarado na Justiça Eleitoral – R$ 69,7 milhões –, Zema foi um dos que menos gastaram na campanha: foram R$ 2,4 milhões, ante R$ 6,6 milhões gastos por Pimentel e R$ 10,6 milhões por Antonio Anastasia.
.