Ele destaca que o diagnóstico já está mapeado pelos técnicos da equipe econômica. “E é óbvio que há opções que dependem da combinação de corte de despesa e aumento de despesa, incluindo as receitas não recorrentes, como privatizações. Mas o Congresso tem dado sinais de que não está convicto em aprovar reformas econômicas impopulares, como a da Previdência. O novo governo já tem evitado encarar o ônus de avaliação da população. Não há convicção da necessidade de fazer reformas mais aceleradas, além de gerar problemas de governabilidade”, avalia.
País buscará tecnologia israelense em janeiro
São Paulo – O presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), que se encontrará na sexta-feira com o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Natanyahu, informou ontem de manhã, em seu perfil no Twitter, que a parceria entre o governos do Brasil e de Israel, que deve beneficiar o Nordeste brasileiro, está “muito bem encaminhada”. Conforme Bolsonaro, que passou o Natal com a família na base naval da Ilha de Marambaia, no litoral sul do Rio de Janeiro, o futuro ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Marcos Pontes, visitará instalações de dessalinização, plantações e escritório de patentes em Israel acompanhado pelo ministro israelense da Ciência e Tecnologia, Ofir Akunis, no mês que vem.
“Pretendemos ainda em janeiro construir instalação-piloto para retirar água salobra de poço, dessalinizar, armazenar e distribuir para agricultura familiar, estendendo o projeto para mais localidades após testes e ajustes”, escreveu em sua conta no microblog. Bolsonaro afirmou também que estuda testar uma tecnologia que produz água a partir da umidade do ar em escolas e hospitais da região. “Poderemos, inclusive, negociar a instalação de fábrica no Nordeste para venda desses equipamentos no nosso mercado”, comentou. Israel é referência mundial com esse tipo de tecnologia que transforma água do mar em água potável. Atualmente, cerca de 80% do abastecimento da população do país é feito dessa maneira.
O presidente eleito escreve ainda que, “livre das amarras ideológicas”, o Brasil pode dar os primeiros passos para fora do “buraco” em que foi colocado pelos últimos governos. “Seguimos fortes na missão de fazer deste país uma nação cada vez maior!”. Nos últimos anos, o Nordeste brasileiro tem recebido tecnologia israelense para soluções em relação à escassez de água e para o desenvolvimento agrícola.
Para selar a aproximação entre os dois países, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, participará da posse de Jair Bolsonaro, em 1º de janeiro, em Brasília. Será a primeira visita de um chefe de governo em exercício de Israel ao Brasil. A aproximação entre os países aumentou logo após o resultado do segundo turno das eleições presidenciais. Já eleito, Bolsonaro confirmou que pretende mudar a embaixada do Brasil em Israel de Telavive para Jerusalém, decisão semelhante à tomada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Em sua conta no Twitter, ele escreveu na ocasião que “Israel é um Estado soberano e nós o respeitamos”. Mais tarde, em entrevista coletiva, disse que “quem define a embaixada é o país”. “Se Jerusalém é a capital, nós transferimos.” Ele acrescentou não ver “clima pesado” em função da mudança.
MENSAGEM DE NATAL Na segunda-feira, o presidente eleito usou a foto do momento em que recebeu uma facada, durante ato da campanha política, em Juiz de Fora, na Zona da Mata, para desejar boas festas a seus seguidores nas redes sociais. A imagem acompanhava o texto: “Milagres existem. Juntos mudaremos o Brasil. Feliz Natal”. Bolsonaro foi esfaqueado no abdome, em 6 de setembro, quando era carregado por apoiadores em caminhada no município mineiro.
Ele ficou internado por 23 dias e passou por duas cirurgias, o que levou sua campanha a ficar concentrada na internet, sem a participação do capitão reformado em eventos públicos. O agressor, Adelio Bispo, foi preso logo depois do crime. O Ministério Público apontou na investigação que Adelio agiu sozinho e queria tirar Bolsonaro da disputa presidencial.