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Estado de Minas

Coluna Baptista Chagas de Almeida


postado em 13/12/2018 12:00 / atualizado em 13/12/2018 08:43


Se teve tiro ao alvo inclua Magno Malta

Logo de manhã o presidente Jair Bolsonaro (PSL) saiu atirando, mas desta vez não usou o twitter, a sua arma mais poderosa para atacar os desafetos. Foi tiro ao alvo de fato no Comando de Operações Táticas da Polícia Federal (COT-PF), sua praia. Tanto que almoçou depois com sua própria turma de 1977 da Academia Militar das Agulhas Negras (Aman).

Só que entre uma garfada e outra tratou de seu atual status. “Foi uma eleição bastante árdua, não vai ser fácil. Mas quem tem amigos, tem humildade e tem Deus acima de tudo, vence os obstáculos”, declarou depois de ressaltar “a oportunidade de mudar o Brasil”.

Logo depois, a reunião foi com o DEM. Como já tem três ministérios, quem roubou a notícia foi o presidente da Câmara dos Deputados (DEM-RJ), que pretende disputar a reeleição, mesmo sem as bênçãos de Bolsonaro. Gulosos, os democratas tucanaram diante da expectativa de o presidente não interferir na disputa. Melhor esperar para ver e crer.

Enquanto isso, o ainda atual presidente Michel Temer (MDB), como já anunciado, sancionou a lei que trata dos recursos obtidos pela Caixa Econômica Federal (CEF) com os recursos das loterias: R$ 1 bilhão para a segurança pública, R$ 630 milhões para o esporte e R$ 412 milhões para a cultura.

O detalhe, no entanto, é quase uma cerimônia de despedida. Afinal, o registro das presenças inclui apenas os atuais ministros: Raul Jungmann (Segurança Pública), Sérgio Sá Leitão (Cultura), Leandro Cruz (Esporte), Gustavo Rocha (Direitos Humanos) e Joaquim Silva e Luna (Defesa).

E Temer discursou: “A questão da segurança pública, sabemos todos, é fundamental e é prioridade para os brasileiros. E prioridade naturalmente para nosso governo”. Se o presidente ainda ressaltou “que a ousadia do nosso governo não se deteve somente na segurança pública”, melhor ser ousado também e indagar: com os atuais índices de desaprovação? Deixa para lá, é festa de despedida mesmo.

Bem, se os democratas andam gulosos, o tom de despedida do senador Magno Malta (PR-ES) em discurso na tribuna ficou mesmo meio entalado na garganta, embora tendo feito elogios, um trecho dá a entender que gostaria de ser recompensado: “Continuo confiando em Bolsonaro. Faria tudo de novo. Vejo o Bolsonaro como um homem de caráter, um homem de bem...”

Se Magno Malta disse ainda “digo ao senhor, senhor presidente, que eu faria tudo de novo” e ainda repetiu “faria tudo de novo”, só há uma tradução simultânea: o futuro ex-senador está mesmo magoado com Jair Bolsonaro.



Relator oficial

A Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) do Senado aprovou ontem o projeto de lei da deputada Laura Carneiro (DEM-RJ), que cria os Juizados Especiais Criminais Digitais. O detalhe mineiro é que o relator foi o senador Antonio Anastasia (foto) (PSDB-MG), isso mesmo, presente na CCJ na qual, para ser justo, é uma espécie de relator-mor. Agora, falta apenas a votação em plenário. A atual situação jurídica envolvendo o senador não o impediu de ir a Brasília.

O fundo e o rombo
Adiantou nada a retirada de pauta da deputada Ione Pinheiro (DEM) de dois projetos que estavam na pauta. “Em solidariedade aos prefeitos, solicito ao Colegiado de Líderes para que retire meus projetos e peço a todos os colegas que façam o mesmo. O que o governador está fazendo é uma grande pedalada e não podemos permitir”. Nenhum outro deputado seguiu o exemplo. Sendo assim, deve ser hoje a votação em segundo turno do Fundo Extraordinário do Estado de Minas Gerais, que o governo tem de criar para conseguir recursos da chamada Lei Kandir. Obviamente para tentar cobrir o rombo, ou parte dele, das contas estaduais.

Um Novo velho
Integrantes do partido Novo que vão assumir cargos em janeiro na Assembleia e no Governo de Minas se mobilizaram ontem para convencer os líderes na Casa Legislativa a retirar de tramitação uma emenda do deputado Alencar da Silveira Jr. a um projeto do governo, que reduzia o ICMS de 31% para 25%. A pressão deu certo e Minas, que tem uma das gasolinas mais caras do país, perdeu mais uma chance de igualar o ICMS com o de outros estados. Pelo jeito, o Novo já está aprendendo a fazer a velha política.

Só o decreto
Ela já estava em vigor, mas ainda não cumpriu os seus objetivos, já que apenas uma delegacia estava de plantão, a que registrava prisão em flagrante e alguns boletins de ocorrência. A única notícia nova é que foi aprovado no Senado e agora só falta a promulgação o projeto de Decreto Legislativo 166/2018. É, ele mesmo, aquele autoriza a intervenção federal em Roraima por causa do grave comprometimento da ordem pública, como ressalta o texto do decreto.

Mais despedida
Já que falamos no Magno Malta vale registrar mais um lamento da tribuna do Senado ontem. O do senador Valdir Raupp (MDB-RO), que ressaltou que “é no dia a dia do Parlamento que se aprende a representar o povo e a dialogar de maneira republicana com todas as colorações ideológicas e partidárias”. Ele que já foi governador e está no final de seu segundo mandato, ou 16 anos no Senado, foi saudado pelos colegas Edison Lobão (MDB-MA) e Garibaldi Alves Filho (MDB-RN) em apartes no discurso.

Pinga Fogo

Em tempo: ainda sobre o senador Valdir Raupp (MDB-RO) ele fez questão de desejar boa sorte a todos os eleitos que tomarão posse em 2019: ao futuro governador de Rondônia, coronel Marcos Rocha e seu vice, José Jordan; e ao presidente eleito, Jair Bolsonaro.

O Instituto Nacional de Recuperação Empresarial informa: mais de 5 mil construções estão paradas no país – 50% delas são públicas, 30% público-privadas e 20% privadas. O deputado Zé Silva (foto) (SD-MG) diz que em 2016, 63,6% das obras pagas pela União estavam paradas.

Zé Silva é o coordenador da comissão, mas a notícia de fato é: “Foi cancelada por falta de quórum a reunião da comissão externa da Câmara dos Deputados que acompanha as obras do governo federal.  O relatório do deputado Evair de Melo (PP-ES) ainda não foi divulgado.

Juros poderão voltar a subir a partir do segundo semestre de 2019, estima a Confederação Nacional da Indústria (CNI). Manter a taxa Selic inalterada inibe ainda mais a criação de emprego retruca a Força Sindical e acrescenta que atende aos interesses dos banqueiros e grandes especuladores.

Já que a coluna é de política, melhor que os economistas das duas entidades se entendam. Afinal, quem não estão conseguindo se entender direito são os nobres deputados e senadores, mesmo com a correria para entrar em recesso o quanto antes.


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