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Estado de Minas

Coluna Baptista Chagas de Almeida


postado em 11/12/2018 12:00 / atualizado em 11/12/2018 08:53

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Diploma de emoção e mea-culpa petista

Na diplomação a rima pode ser pobre, mas era visível a emoção do agora devidamente diplomado presidente da República Jair Bolsonaro (PSL). Ele não conseguiu evitar as lágrimas ao receber oficialmente o diploma das mãos da ministra Rosa Weber, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Momentos antes, já havia mostrado o mesmo sentimento com a execução do Hino Nacional.

É possível até que ele mantenha o estilo da campanha, com o uso das redes sociais, como o WhatsApp e o Instagram. No comando do Palácio do Planalto, no entanto, deve seguir o ritual do cargo. Não dá para ficar apenas na internet, muito antes pelo contrário.

Pelo jeito, no entanto, o presidente Bolsonaro ainda não conseguiu o ao vivo e em cores. Pelo menos no discurso de ontem. Basta um pequeno trecho do seu discurso na solenidade: “Nosso compromisso com a soberania do voto popular é inquebrantável”. É óbvio, mas “inquebrantável”? Poderia usar, por exemplo, só alguns outros adjetivos, como inflexível, incansável, persistente e por aí vai. Soaria melhor nos ouvidos atentos da plateia.

De volta às redes sociais, só mais um registro, porque já chega. A liturgia requer um comportamento de quem está no comando do país. Não há outro caminho. E convém avisar também ao vice-presidente também diplomado, o general Hamilton Mourão, que gosta muito de um microfone quando chega perto dos jornalistas de plantão.

Que tal, então, tratar do PT, só que de um petista bem diferente dos radicais do partido? Ex-ministro das Relações Exteriores entre 2003 e 2011, primeiro grau de sua turma no Instituto Rio Branco, que dispensa apresentações, ele sabe bem o que dizer: “No momento, o país exige uma frente ampla democrática em que a linha divisória vai ter que se deslocar um pouco para a direita porque, senão, nós não sobreviveremos”.

A frase é do ex-chanceler Celso Amorim, que no governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi também ministro da Defesa. E, como se vê, defendeu bem, com a devida sensatez diplomática, o futuro que deve ser trilhado pelo PT a partir de agora. A declaração foi dada na conferência internacional da Fundação Perseu Abramo, notadamente de esquerda.

Bem, se Celso Amorim também declarou que “há espaço para conversar com o PSDB”, pelo jeito ele até que parecia um tucano. Basta um trecho: “Se for chamar o PSDB, o Goldman, por exemplo, há espaço em que podemos concordar e há espaço em que vamos discordar”. De que lado do muro ele está? O de concordar ou o de discordar?

Mesma ladainha

Quem não consegue virar o disco, ainda mais quando está em sua praia, é a presidente nacional do PT, senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR). “Lula está preso sem provas”, insiste, tanto sobre o ex-presidente quanto ao ex-juiz e futuro ministro Sérgio Moro. Neste caso, trata como “teremos um Estado policial” voltado a “ser opressor a quem fizer oposição ao governo”. Quanto ao futuro ministro da Economia, Paulo Guedes, repetiu mais uma vez: “Chicago Boy”. Se havia ainda uma “fábrica de fake news” contra o derrotado Fernando Haddad (PT), já é suficiente.

E a carona
Foi o que pegou na fala de Gleisi a deputada Maria do Rosário (PT-RS), só que na boleia dos caminhões, ao dizer que ao longo dela “vimos faixas nas ruas pedindo intervenção militar, ditadura, que resultaram na eleição de um defensor de um dos piores torturadores que o Brasil tem ideia da existência”. Ela se referia a Carlos Alberto Brilhante Ustra, que chegou tanto a citar como seu livro de cabeceira quanto a mostrar o livro para ser fotografado com ele empunhando. Óbvio que ela se referia ao presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL).

Grão-de-bico
Pode saber, quibe cru não será. Frito então, muito menos. Se o ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Gilberto Kassab, esteve na casa do prefeito Alexandre Kalil e não como ministro, mas como presidente nacional do PSD, tudo indica que tinha também grão-de-bico. Como o cardápio incluía também a filiação do jornalista Carlos Viana à legenda, a senha sobre o destino de Kalil já está desenhada, para não dizer sacramentada. O PSD deve ser o mesmo caminho, embora a prudência não recomende essa previsão.

De costas

 

“Alguém sabe me dizer o motivo de o último que compõe a mesa cantou o hino de costas?”. É apenas uma pergunta que faz o resumo do fato de o ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Admar Gonzaga ter ficado de costas no momento da execução do Hino Nacional na solenidade de diplomação do presidente Jair Bolsonaro. A repercussão nas redes sociais foi, em maioria, negativa. Apanhou muito dos internautas. Mas ele é que estava certo. “Foi um sinal de respeito à bandeira nacional. O ministro estava de frente para o símbolo do país.” Meio tucanado, já que assim deveriam ter feito todos os integrantes da mesa, a correção foi do próprio @TSEjusbr.

Pingafogo

. Ah! Para que fique claro sobre Gleisi Hoffmann, a praia citada é a Fundação Perseu Abramo, totalmente ligada ao PT e financiada pelo fundo partidário a que têm direito os partidos políticos com representação suficiente no Congresso.

. Se tem a Associação dos Oficiais da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Minas Gerais (Aopmbm), quem vai apagar o incêndio que o governo do estado tem 72 horas para apagar?

. É isso mesmo, afinal, o governo do estado tem de se manifestar sobre a falta de informação sobre o décimoterceiro salário dos bombeiros e policiais militares. Se vai pegar fogo, melhor esperar para ver. Afinal, eles querem o pagamento integral até o próximo dia 20. Antes do Natal, óbvio.

. Já na Câmara dos Deputados, o que conta é a vaidade de comandar a Casa. É isso mesmo, mas o aviso também já chegou. Afinal, a disputa envolve os deputados eleitos ou reeleitos do PSL pelo comando da Casa.

. Só que enquanto a briga não se define, o conselho de sensatez vem do presidente nacional do PSL, o pernambucano Luciano Bivar, que admite até deixar para outro partido aliado o comando da Câmara Federal. Se teve um rasgo de prudência, melhor encerrar por hoje.

 

 


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