O futuro ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, confirmou o nome de Maurício Valeixo, atual superintendente da Polícia Federal no Paraná, como o próximo diretor-geral da Polícia Federal, em substituição a Rogério Galloro. Moro confirmou também a delegada Érika Marena, superintendente da PF em Sergipe, como próxima chefe da Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional (DRCI).
"Valeixo tem a missão de fortalecer a PF e que a PF possa direcionar as investigações com foco em combate à corrupção e ao crime organizado. São desafios, mas é uma pessoa plenamente capacitada", disse Sérgio Moro, ao anunciar o nome, no comitê de transição do governo em Brasília. O convite foi antecipado pelo Grupo Estado nesta terça-feira.
Valeixo foi o número 3 da Polícia Federal durante parte da gestão do ex-diretor-geral Leandro Daiello, quando o atual diretor, Rogério Galloro, era o número 2. A avaliação dentro da Polícia Federal é que Valeixo é um bom nome e a escolha dele é vista não como uma ruptura, e, sim, como uma espécie de continuidade do trabalho que vem sendo desenvolvido no órgão, ao mesmo tempo em que demarca a força do grupo de trabalho da Polícia Federal que atua no Paraná, o qual também terá outros integrantes no time de Moro.
A delegada Érika Marena, que coordenou a Lava Jato em sua origem, foi escolhida por Moro para assumir o Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional (DRCI), órgão estratégico para investigações internacionais e cooperação com outros países, sobretudo para desvendar esquemas de lavagem de dinheiro. Segundo Moro, ela é a pessoa mais qualificada no Brasil para atuar nessa área. "Como vimos na Lava Jato e em outros casos, é muito comum a lavagem de dinheiro no exterior", disse Moro, ao frisar a importância da função.
Marena foi alvo de questionamentos na Operação Ouvidos Moucos, que prendeu o reitor da Universidade Federal de Santa Catarina, Luiz Cancellier, que se suicidou apontando a prisão como indevida. Houve críticas quanto a um possível abuso da PF.
"A delegada tem minha plena confiança, o que houve em Florianópolis com o reitor foi uma tragédia, e a família tem toda a solidariedade. Mas foi um infortúnio na investigação e a delegada não tem responsabilidade quanto a isso", afirmou Moro.
Time
Outro nome da Lava Jato que pode vir para o time de Moro em Brasília é o delegado federal Marcio Anselmo, o condutor do inquérito original da operação. Moro disse que é um nome possível, mas não está confirmado. Segundo ele, Anselmo trabalha num cargo estratégico na PF. "Existem pessoas de qualidade que passaram na Lava Jato e todas essas pessoas estão de certa maneira no radar", disse.
"Eu sempre afirmei que seria tolo se não aproveitasse pessoas que trabalharam comigo na Lava Jato porque provaram integridade e eficiência", disse Moro.
Outro nome que pode entrar na equipe é o próprio diretor-geral Rogério Galloro. Moro disse também que o convidará para alguma função no Ministério da Justiça e Segurança Pública, ainda não definida.
Moro também elogiou a permanência de Wagner Rosário como ministro da Controladoria Geral da União, posto que já ocupa no governo Michel Temer.
Supremo
Mais cedo, Moro esteve no Supremo Tribunal Federal (STF) para encontro com o presidente da corte, ministro Dias Toffoli. Segundo o Supremo, a visita de cortesia foi solicitada por Moro. Foi a primeira vez em que Moro esteve no Supremo depois de se exonerar da Justiça Federal do Paraná, onde foi o julgador, na 13ª Vara Federal, dos processos da Operação Lava Jato.
Toffoli falou com Moro sobre a preocupação dele com o índice de homicídios no Brasil e o atualizou sobre algumas ações do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), como o convênio com o Ministério da Segurança Pública e o TSE para aquisição de tornozeleiras eletrônicas e cadastro biométrico de presos..