Os quatro quarteirões da Praça 7 foram timidamente ganhando varais com camisas da seleção brasileira e bandeiras verde-amarelas. E foi mesmo aos poucos que as pessoas que apoiaram o candidato eleito Jair Bolsonaro, do PSL, se aglomeraram em volta desse que é um dos espaços mais democráticos da capital mineira.
Por volta das 19h, à medida que as urnas brasileiras foram deixando claro quem seria o novo presidente do Brasil, uma grande aglomeração abraçou o obelisco da Praça 7 e interrompeu o tráfego entre as avenidas Afonso Pena e Amazonas.
No momento de maior aglomeração, cerca de 2 mil pessoas se aglutinaram em volta do marco comemorativo da capital mineira. "Vim por quê, na manifestação, foi dito que a comemoração seria na Paraça 7. Cheguei aqui e não tinha ninguém. Não venho aqui sempre. Mas foi sair o resultado que as pessoas se aglomeraram e não parou de sair cerveja e água mineral", disse o ambulante Wendell Soares, 44 anos.
As buzinas dos veículos que atravessavam o mais conhecido cruzamento de BH foram então dando um clima de título de futebol que tantas vezes levou multidões ao obelisco. Mas, em vez de hinos e cântigos futebolísticos, o que se ouvia era um coro contra o Partido dos Trabalhadores, e o presidente de honra do PT, o ex-presidente Luiz inácio Lula da Silva.
O vendedor Bruno Medina, de 33 anos, foi uma das pessoas que ao sentir que a vitória no segundo turno se aproximava, resolveu se unir à multidão na Praça 7. Contudo, no fundo, ele disse confiar na vitória há muitos meses. "Há uns 6 meses já sentia que a vitória seria do meu candidato. Teve muita coisa engasgada nesse meio tempo. Muita mentira, muita pesquisa duvidosa. Mas quando tive a certeza, desci para cá e soletei meu grito de vitória", comemorou.
Em poucos minutos o quandrante do obelisco foi tomado e os cruzamentos das avenidas Amazonas e Afonso pena acabaram sendo fechados e abertos ao ritmo dos eleitores e dos motoristas que passavam buzinando, paravam, cantavam de dentro dos carros e vibravam com o foguetório.
Um a das preocupações da Polícia Militar na Praça 7 era com o movimento Soul que sempre ocupa aquele espaço aos domingos e que tradicionalmente aglomera pessoas de esquerda, que são o espectyro oposto do presidente e do governador eleitos, mas não houve qualquer conflito.