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Estado de Minas

O que pensam os vices de Zema e Anastasia

Substitutos imediatos do governador falam a campanha e como atuarão se eleitos


postado em 27/10/2018 07:00 / atualizado em 27/10/2018 07:58


Eles são companheiros leais e garantem que o relacionamento com o titular da pasta, caso vençam as eleições, será de lealdade. Uma história bem diferente do que a escrita entre Michel Temer (MDB) e Dilma Rousseff (PT), Antônio Andrade (MDB) e Fernando Pimentel (PT), Roberto Carvalho (PT) e Marcio Lacerda (PSB) entre tantos outros vices complicados. O empresário Paulo Brant (Novo) foi, há dois anos, o “candidato dos sonhos” do ex-prefeito Marcio Lacerda em sua sucessão de 2016. Mas na ocasião, por um conjunto de circunstâncias políticas, a candidatura não se viabilizou. Paulo Brant acabou descartado. Ele diz que não guarda rancor e que deixou esse episódio no passado. Também por isso foi a escolha de Romeu Zema (Novo): sem ter jamais ocupado cargos eletivos ou políticos, tem o diálogo fácil e capacidade de interlocução, ambos atributos políticos. Da campanha adversária Paulo Brant reclama: “Houve muito uso das fake news”.

O deputado federal Marcos Montes (PSD) foi a primeira escolha pessoal do senador Antonio Anastasia (PSDB) para compor a chapa ao governo de Minas. Não apenas porque, com a sua base eleitoral no Triângulo Mineiro, acrescentaria apoios políticos à chapa. Mas, antes, por ter sido ao longo de duas décadas uma convivência política baseada na confiança. Do adversário, Montes assinala: “Ele não respeita o servidor público e nem o Legislativo, portanto, não vai conseguir construir uma unidade necessária à governabilidade. A somatória desses fatores vira bomba atômica, num momento tão difícil que estamos vivendo”.

As relações entre vices e os titulares sempre foram tensas. São inúmeros exemplos. Recentemente Michel Temer (MDB) e Dilma Rousseff (PT); em Minas, Antônio Andrade (MDB) e Fernando Pimentel (PT); em Belo Horizonte, Roberto Carvalho (PSB) e Marcio Lacerda. Como o sr. projeta a sua relação com o titular caso a sua chapa seja vencedora neste domingo?

Paulo Brant – O exercício do poder em qualquer instância é muito solitário. E qualquer pessoa que ocupe algum cargo mantém de certa forma, com a maioria de seus companheiros, uma relação hierárquica. Então, para além da função constitucional de quando necessário substituir o titular, o vice, como não tem relação hierárquica, deve ser a voz crítica, com discrição, lealdade e sinceridade. Acho que esse papel é fundamental. Dessa forma, o vice tem de ter três atributos fundamentais. Primeiro, lealdade absoluta, que está relacionada ao caráter. Segundo, sinceridade. E terceiro, discrição. A minha história e a de Romeu Zema são distintas. Mas do ponto de vista dos ideais mais gerais, valores, temos muitas afinidades.

Marcos Montes – Temos uma convivência de confiança extrema e mútua cooperação, focada no interesse público. Esta relação vai se manter sempre. Temos, não um projeto pessoal, mas focado em tirar Minas da situação em que se encontra. O convite do professor Anastasia para ser o seu vice foi estritamente pessoal, embasado nessa amizade e na longa convivência, respeito e muita lealdade. É um relacionamento construído ao longo de nossa trajetória, de muita cooperação em torno dos interesses de Minas: fui prefeito de Uberaba duas vezes e deputado federal por três mandatos. Aceitei no espírito de contribuir na reconstrução do estado, porque tenho certeza de que podemos ajudar.

Que papel o sr. assumirá num eventual governo? Alguma secretaria?

Paulo Brant – Se vencermos a eleição, o Partido Novo entra desacoplado de qualquer compromisso para a indicação de cargos. E o maior desafio será a construção da governabilidade em bases republicanas. É na política, prática nobre, que viabilizamos e implementamos propostas tecnicamente viáveis. É na dimensão da política que conquistamos a governabilidade, na qual se inclui a interlocução com a Assembleia, com o Poder Judiciário, com o Ministério Público, com os servidores. Precisamos trabalhar para ter os servidores ao nosso lado para ter um bom governo: como posso fazer a educação melhorar sem o engajamento dos professores? Como o governo vai governar só na hierarquia, no comando? Você gerencia comprometendo pessoas com projetos. Como vou atuar, tudo vai depender de como puder ajudar. Foi uma campanha tão dura que nem tivemos tempo de conversar sobre isso.

Marcos Montes – Não seria um vice figurativo, com certeza. Poderia assumir funções de secretário, um vice-secretário, mais ligado à área de política, deixando mais tempo para que o governador cuide de questões complexas ligadas à reconstrução do estado, voltadas a uma gestão eficiente e da busca de contatos nacionais para equilibrar as nossas receitas. O desequilíbrio fiscal é grande e não será corrigido apenas com enxugamento da máquina. Também precisaremos buscar parceria com o governo federal e aí posso ajudar pela proximidade que tenho com Jair Bolsonaro, que muito provavelmente será eleito. De qualquer forma, onde vou estar é menos importante do que como poderei contribuir com o governo. Então se vencermos, o professor Anastasia e eu vamos conversar e definir, no contexto da formação do governo.

Como foi a sua participação ao longo desta campanha?

Paulo Brant – Romeu Zema iniciou essa jornada de visita às cidades desde janeiro, no carro dele, dirigindo 800 quilômetros. Nós nos dividimos. Eu ia numa cidade, ele ia a outra. Não tínhamos experiência em campanha. Em vários lugares, cidades em que eu chegava, havia às vezes um filiado, conversávamos no hotel, fazíamos encontros, iam sete, oito, dez pessoas. Tentávamos falar com os prefeitos, muitos já tinham compromisso com outros candidatos. Às vezes conseguíamos entrevista na rádio local. Uma parte dos votos que o Novo teve era de gente que gostou das ideias. Mas outra parte grande foi de rejeição aos partidos que estão aí. E uma parte grande também querendo construir uma esperança para o país. É uma responsabilidade magnífica.

Marcos Montes – Nós dividimos os espaços. A minha participação foi separada da dele. O professor Anastasia trabalhou demais. Eu fiquei numa região mais localizada, onde atuo, o Triângulo e o Noroeste de Minas.Também participei mais ativamente no contato com alguns segmentos, como os sindicatos do funcionalismo, principalmente nesta reta final, para escutar as angústias e as reivindicações, esclarecendo pontos de nosso programa. Sou médico de formação, então, também conversei muito com o Sindicato dos Médicos. Tenho mostrado que se formos eleitos, será trabalho árido, vamos precisar da ajuda de todos, mas temos grande chance de sucesso por causa da experiência única vivida por Minas no governo do professor Anastasia.

Caso não seja eleita a sua chapa, como se colocará em relação a um futuro governo de Romeu Zema?

Paulo Brant – Entrei para o Partido Novo numa expectativa de algo novo. Não tenho nenhuma pretensão pessoal. A política do ponto de vista pessoal é muito desgastante. Obviamente há muitas coisas bacanas, interações muito interessantes. E os acertos na política geram benefícios difusos. Há essa recompensa. Mas do ponto de vista pessoal, é uma vida muito sacrificante, não há vida própria. Se vencermos as eleições terei de dar a minha contribuição, como companheiro leal, sincero e discreto, além das funções constitucionais. Se não vencermos, torcerei para que Antonio Anastasia faça um bom trabalho.

Marcos Montes – Pela elegância com que acredito a vida pública deva ser pautada, se não vencermos, vamos torcer para dar certo o governo do adversário. Mas acho difícil, muito mais difícil dar certo com uma pessoa sem experiência. Esse é aquele momento de cirurgia hemorrágica, num centro cirúrgico. O professor Anastasia, além da experiência de gestão, tem a credibilidade necessária para negociar politicamente com a própria Assembleia. Diferentemente, se o Zema ganhar, ele próprio já desfez da Assembleia em vários pronunciamentos. Temos de ter respeito pelas instituições. Essa experiência que ainda não tem, esse desdém pelo legislativo, pode criar situações muito sérias. Em Brasília temos exemplos recentes, e o caso Dilma Rousseff (PT) e o mais contundente deles.

Qual a principal crítica que o sr. faz à chapa adversária?

Paulo Brant – Houve muito uso de fake news. Nós não fizemos isso. Nossa campanha foi limpa, ética. A crítica ao programa adversário é legítima, a crítica mesmo contundente. Acho legítimo. Mas acho até que o professor Anastasia, prefiro acreditar, que não tenha estado nisso, sempre foi pessoa muita correta, polida, íntegra. Mas foram muitas as mentiras propagadas. Não vou citar todas. Mas por exemplo, divulgaram uma foto minha dando abraço na Dilma. Se eu tivesse dado o abraço, sem problema algum, não tenho nada contra ela. Mas nunca dei abraço na Dilma. Então fica essa coisa. Acho que a opção do Novo é mais fecunda, mais portadora do futuro.

Marcos Montes – O titular da outra chapa não sabe tratar com a coisa pública. Isso é gravíssimo. Ele não respeita o servidor público e nem o legislativo, portanto, não vai conseguir construir uma unidade necessária à governabilidade. A somatória desses fatores, viram bomba atômica, num momento tão difícil que estamos vivendo. Além disso, ele tem visão exclusivamente capitalista, de um estado mínimo, onde os poderosos levam mais vantagens econômicas. E a sensibilidade social fica cada vez mais distante. Além disso, há uma retórica de que o outro candidato representa algo novo. Só que ele diz ser o novo, diz representar o novo, mas os companheiros dele em Minas, é esse empresariado que busca acesso mais rápido e sem intermediários aos recursos do estado. Não há nada de novo nisso.

 


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