Jornal Estado de Minas

Haddad vai a evangélicos, Bolsonaro a católicos

O candidato à Presidência Jair Bolsonaro (PSL) e dom Orani Tempesta - Foto: REPRODUÇÃO/FACEBOOKBuscando votos de eleitores católicos, Jair Bolsonaro (PSL) visitou o arcebispo dom Orani Tempesta nesta quarta-feira (17), no Rio de Janeiro. Fernando Haddad (PT), também nesta quarta, participou de uma reunião com representantes de igrejas evangélicas em São Paulo. Entre as entidades, estão a Presbiteriana, a Assembleia de Deus, a Batista e a Metodista.
 
 
 

Bolsonaro

 
O candidato à Presidência Fernando Haddad (PT) - Foto: TIAGO QUEIROZ/ESTADÃO CONTEÚDODurante o encontro, o militar agradeceu ao cardeal por recebê-lo e afirmou que se tratava de um encontro “muito mais para ouvi-lo do que para falar”. 
 
Bolsonaro informou que, durante a reunião, assinou um compromisso com o representante da Igreja Católica “em defesa da família, da inocência da criança em sala de aula, em defesa da liberdade das religiões”.

Segundo o candidato, o documento assinado também reafirma a posição dele contrária ao aborto e à legalização das drogas no Brasil. Bolsonaro disse que essas pautas “estão no coração de todo brasileiro de bem”. 
 

Haddad

 
O petista participou de orações e foi apoiado pelos líderes religiosos. Nesta semana, Haddad publicou uma carta aos evangélicosem que tenta conseguir o apoio desse eleitor. Ele pontuou que pautas caras aos religiosos, como a legalização do aborto, o “kit gay” e a “escolha de sexo pelas crianças” não são parte do programa de governo do PT.
     
O candidato ressaltou que não apoia a violência e afirmou que todas as religiões serão respeitadas em um eventual governo dele. "O que nós queremos é que, independentemente disso, seja católico ou evangélico, seja judeu ou muçulmano, seja nordestino ou sulista, branco ou negro, homem ou mulher, todo mundo tem rigorosamente as mesmas condições de se desenvolver", disse. 

Rusgas de Bolsonaro com a CNBB


Na semana passada, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) divulgou o documento “Democracia: mudança com justiça e paz”, no qual, sem citar nomes de candidatos, se posicionava contra “um movimento antidemocrático” que estava em curso no período eleitoral. A conferência afirmou que isso “fere esses valores supremos assegurados pela Constituição e apela ao ódio a violência, colocando o povo contra o povo”.

Também, em referência a Bolsonaro, os religiosos afirmaram que o “movimento antidemocrático” em voga “demoniza seus opositores, classifica-os de comunistas e bolivarianos, menospreza a população do Nordeste brasileiro e tenta semear o ódio e o medo”. 

Em resposta às críticas dos religiosos, o candidato do PSL afirmou que a CNBB é “parte podre da Igreja Católica” e criticou a defesa que a entidade faz das populações indígenas.
“Não brigo com os católicos, brigo com os comandantes deles”, completou. 


Haddad têm pouca aceitação entre evangélicos


De acordo com a última pesquisa Ibope, divulgada na segunda-feira (15), Jair Bolsonaro é o candidato preferido pelos evangélicos. O militar tem 66% da intenção de votos nessa parcela do eleitorado e Fernando Haddad, 24%.

Entre os católicos, tanto o petista quanto o militar registram números próximos de aceitação. Haddad tem 42% e Bolsonaro, 48%.
 
*Estagiário sob supervisão da editora-assistente Vera Schmitz
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