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Estado de Minas POLÍTICA

PT considera improvável criação de frente ampla contra Bolsonaro


postado em 16/10/2018 15:45

As declarações do senador eleito e ex-governador do Ceará Cid Gomes (PDT) fizeram com que a campanha do petista Fernando Haddad considerasse improvável a criação de uma grande frente democrática contra a candidatura de Jair Bolsonaro (PSL). O candidato do PSL vai usar as falas de Cid, de que o PT deveria fazer mea culpa e assumir que fez "muita besteira", em seu programa eleitoral desta terça-feira, 16. Por sua vez, o PT tem encontrado dificuldades para atrair apoios de nomes da centro-esquerda e é praticamente descartada a hipótese de Ciro Gomes (PDT) vir a se engajar na campanha.

Na tarde desta terça-feira, Cid tentou remediar sua fala, mas ainda manteve o tom duro contra os petistas. "Comparei os dois nomes que estão no segundo turno. "O Haddad é infinitamente melhor que o Bolsonaro. Eu não quero me vingar de ninguém. Para o Brasil o menos ruim é o Haddad. Por isso penso que seria melhor que ele ganhasse", escreveu, no Facebook.

O senador eleito pela Bahia Jaques Wagner (PT) chegou a dizer que desconhece a criação de uma frente. Segundo ele, a ideia é obter apoio de outros setores da sociedade. Em conversas privadas, alguns dirigentes do PT avaliam que a explosão de Cid Gomes somadas às declarações do presidente do PDT, Carlos Lupi, e o sumiço de Ciro, são movimentos calculados que visam definir o papel da sigla pedetista em relação a um eventual governo Bolsonaro.

A possibilidade de apoio público do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso também é considerada distante. Segundo membros da campanha, FHC emite sinais contraditórios.

Bolsonaro usa programa na TV

O programa de Bolsonaro irá começar com o discurso de Cid Gomes em que ele cobra um mea culpa do PT, diz que Lula está preso e afirma que o partido merece ser derrotado. O discurso será exibido quase na íntegra e terminará com #PTNão ­- além de afirmar que a rejeição de Fernando Haddad não para de crescer porque esta é a eleição do "Brasil contra o PT".

O discurso de Cid foi feito ontem, dia 15, em evento do PT em Fortaleza. Na ocasião, ele disse que o partido do presidenciável Fernando Haddad precisa fazer mea culpa e assumir que fez "muita besteira" - ou perderá a eleição de forma "merecida". O irmão de Ciro Gomes (PDT), que estava na corrida presidencial, ainda disse que Jair Bolsonaro (PSL) é uma "criação" de quem acha que é dono da verdade. A coordenação da campanha petista no Estado classificou a atitude de Cid como "desrespeitosa".

"Tem que fazer mea culpa, tem que pedir desculpa, ter humildade e reconhecer que fizeram muita besteira", disse Cid, ao lado do governador eleito no Estado, Camilo Santana (PT). Vaiado por militantes petistas, Cid apontou para um deles, que fazia sinal de negativo com as mãos, e o confrontou. O vídeo ganhou repercussão nas redes sociais na madrugada desta terça.

"É assim? Pois tu vai perder a eleição. Não admitir mea culpa é pra perder a eleição e é bem feito", disse Cid. "Quem, junto com ele (militante), acha que fez tudo certo, muito bem, pois vão perder feio. Porque fizeram besteira, aparelharam as repartições públicas, porque acharam que eram dono de um País e o Brasil não aceita ter dono."

Ao ouvir gritos de "Olê olê olá, Lula, Lula!", em apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Cid chamou a militância de "babaca". "Quem criou o Bolsonaro foram essas figuras que acham que são donos da verdade, que acham que os fins justificam os meios. Que Lula o quê? O Lula está preso, babaca! E vai fazer o quê? Babaca! Isso é o PT e o PT desse jeito merece perder."

O deputado federal José Guimarães (PT), coordenador da campanha de Fernando Haddad no Ceará, reagiu. "Lamento profundamente a forma desrespeitosa como fomos tratados pelo senador (eleito) Cid Gomes ao criticar o PT em um momento inadequado e que só contribuiu para gerar desconfiança e incertezas da nossa vitória", escreveu em uma rede social. "A eleição está em aberto. Vamos para o confronto e apelamos para que todos os democratas se somem ao esforço de derrotar essa direita representada pela candidatura de Bolsonaro", disse.

Nesta terça-feira, Fernando Haddad classificou como uma "coisa meio acalorada" as críticas feitas ao partido pelo senador eleito do Ceará Cid Gomes (PDT). "Uma coisa meio acalorada, não vou ficar comentando isso até porque eu tenho uma amizade com o Cid, ele fez elogios à minha pessoa", disse Haddad. O petista declarou que preferia ver o lado "positivo" das declarações do pedetista e que a amizade entre os dois continuaria a mesma.

O PT tentava se aproximar do PDT e acenou para Ciro Gomes no intuito de trazê-lo para dentro da campanha petista no segundo turno das eleições 2018. Porém, ao contrário do que esperava a campanha de Fernando Haddad (PT), Ciro viajou para a Europa e não vai chefiar a equipe do programa econômico do petista. Ele não deverá subir no palanque com Haddad, muito menos fazer fotos para indicar o "apoio crítico", aprovado em reunião da Executiva nacional do PDT na quarta-feira, 10.

Para se distanciar do PT, o presidente do PDT, Carlos Lupi, já havia antecipado que o partido pretende lançar Ciro Gomes como candidato para 2022, já após o fim do segundo turno. "Não faremos nenhuma reivindicação (junto ao PT). Será um voto claro sem participação na campanha e com a certeza de que não participaremos de nenhum governo, mesmo se Haddad ganhar a eleição. Vamos começar a construir agora 2022, já estamos decididos a lançar a candidatura de Ciro Gomes", afirmou.


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