O presidenciável pelo PT, Fernando Haddad, voltou a atacar o guru econômico de seu adversário neste segundo turno, Jair Bolsonaro (PSL), em entrevista à rádio Caruaru. Reiterando que não pretende colocar um banqueiro no Ministério da Fazenda, caso vença este pleito, o ex-prefeito provocou o capitão da reserva, dizendo que colocar o economista Paulo Guedes nessa pasta, conforme Bolsonaro já propagou, é "botar a raposa pra cuidar do galinheiro". E emendou: "Eu não farei isso, não vou colocar um banqueiro como ministro da Fazenda, terei um ministério comprometido com o povo."
Ao falar da composição de seu ministério, caso seja eleito, Haddad disse também que a ideia de não colocar um banqueiro no ministério da Fazenda tem a finalidade de colocar em execução a reforma bancária, a fim de gerar emprego. "O juro vai baixar, de todo jeito, os bancos vão parar de esfoliar o povo. Meu ministro da Fazenda fará a reforma tributária que cobre dos ricos que não pagam. Meu ministro da Fazenda, ao contrário do Paulo Guedes, lá do Bolsonaro, não vai ser banqueiro, será comprometido com a população, vai respeitar os nordestino, as mulheres, a diversidade racial do Brasil e os direitos sociais e trabalhistas."
Na entrevista concedida por telefone à rádio de Caruaru, cidade situada no agreste de Pernambuco, o candidato do PT foi indagado se soltaria o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que está há seis meses preso na sede da Polícia Federal de Curitiba, se eleito. "Quem vai soltar Lula é a Justiça, quando tiver seu recurso julgado. Todo mundo tem direito ao recurso, à apelação, vocês estão prejulgando alguém que ainda não foi julgado em definitivo.
Haddad defendeu também a continuidade das operações deflagradas pela Polícia Federal, citando que, no governo petista, essas operações superaram a casa das duas mil, enquanto na gestão do tucano Fernando Henrique Cardoso ficaram em torno de 40.
"Nenhum integrante de qualquer partido deixou de ser investigado (na gestão petista), a PF atuou de maneira eficaz no sistema inteiro. Especificamente sobre Lula, eu li o processo inteiro e tenho certeza que o tribunal superior irá rever a sentença, não vi prova contra ele. (Isso é) inclusive reconhecido por centenas de juristas daqui e do exterior. Lula foi o maior presidente da história do Nordeste e merece ter um julgamento justo; que apresentem as provas contra ele. No mais, é fortalecer PF e MP e o Poder Judiciário, que receberão todo apoio para não botar sujeira embaixo do tapete, em busca da verdade, é isso que farei."
Na entrevista, o candidato do PT falou também que chamar o Programa Bolsa Família de esmola é um preconceito. "Isso é um direito", disse.