O programa econômico do Movimento Democrático Brasileiro (MDB) na campanha presidencial de Henrique Meirelles neste ano não é extenso e reflete "um conjunto de prioridades", afirmou nesta terça-feira, 11, o responsável pela proposta, o economista José Márcio Camargo. Entre as prioridades, o coordenador do programa econômico do MDB na campanha presidencial deste ano elencou três vertentes principais.
O primeiro ponto é a reforma da Previdência Social. "Queremos aprovar a proposta que já está na Câmara, garantindo a idade mínima e atacando privilégios do funcionalismo público", disse ele, que participou de sabatina realizada pelo Grupo Estado em parceria com o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV)..
De acordo com o economista, a mudança do regime de funcionários públicos já garantiria uma economia de cerca de R$ 50 bilhões.
O Orçamento Federal também é um dos pontos centrais na proposta do MDB, disse José Márcio Camargo. "O nosso Orçamento é muito engessado. Por isso, propomos acabar com as vinculações e tornar o Orçamento mais impositivo", explicou.
A terceira medida prevista no programa emedebista é uma reformulação do sistema tributário brasileiro. "Queremos fazer uma reforma tributária que simplifique o modelo.
Funcionalismo público
Os salários do funcionalismo público representam um desafio importante no ajuste fiscal dos Estados, comentou José Marcio Camargo. "Se quisermos fazer ajuste fiscal nos Estados, é preciso parar de aumentar o salário do funcionalismo público", disse, durante a sabatina.
Para Camargo, o governo federal precisa atuar nesta questão para garantir uma trajetória sustentável dos gastos públicos estaduais. "É aí que está o grosso do problema. Precisamos fazer um debate sobre prioridades. Queremos continuar pagando alto para poucos funcionários públicos ou reduzir as desigualdades?", indagou o economista.
O debate de prioridades, disse o economista, é importante para reduzir as desigualdades sociais e distorções decorrentes dos altos salários no funcionalismo público. "Em 2017, a sociedade transferiu R$ 87 mil para cada aposentado do setor público", apontou Camargo..