"Virar o mundo de cabeça para baixo"
Todo o poder emana das mulheres e foi devidamente exercido ontem no seminário “Elas por Elas”, no Supremo Tribunal Federal (STF), o guardião da Constituição. A lista é poderosa mesmo. Além da presidente Cármen Lúcia, estavam presentes Laurita Vaz, presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), e Rosa Weber, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Bastaria, né? Só que tem mais.
A lista inclui ainda a procuradora-geral da República (PGR), Raquel Dodge; a advogada-geral da União (AGU), Grace Mendonça, e várias outras mulheres , que iam de empresárias de sucesso a dirigente de hospital e até a primeira-secretária da Academia Brasileira de Letras (ABL) e ainda a cantora Alcione. Quem sabe ela fará inspirada no ato uma música sob o título A mulher e o poder na sociedade, tema de um segundo painel do “Elas por Elas.”
A coluna já havia registrado, só que agora é fato. Melhor Cármen Lúcia deixar claro: “A sociedade brasileira tem muitas mulheres de destaque. A arte brasileira sempre teve presença marcante das mulheres, assim como o mundo empresarial e as ciências. Se na Bíblia uma mulher foi capaz de virar o mundo de cabeça para baixo, seguramente juntas seremos capazes de fazer esse mundo voltar de cabeça para cima, pois de cabeça para baixo está até hoje”.
A mulher que mudou o mundo, vem da Bíblia, das citações a Adão e Eva: “Ela foi capaz de virar o mundo de cabeça para baixo, nós seguramente juntas vamos fazer o mundo voltar de cabeça para cima, porque para baixo ele esteve até hoje”.
Já que as mulheres monopolizam, a deputada estadual no Rio Grande do Sul Manuela D’Ávila (PCdoB) virou porta-voz do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT): “Nosso candidato é o Lula. O mundo, inclusive a partir da decisão da ONU (Organização das Nações Unidas), acha que juridicamente ele deve ter o direito de concorrer. A ONU tem uma opinião sobre a candidatura de Lula. Ela vale? Ou será que ela não vale mais?”
Se ela pergunta, a resposta é: não é bem assim. O caso Lula só será oficialmente julgado no ano que vem. Esse é o fato. Se o Brasil não consegue explicar direito o que significa a Lei da Ficha Limpa, é outra história. O presidente Michel Temer (MDB) deve ficar constrangido. Afinal, quando deixar o Palácio do Planalto, terá que se entender com a Justiça. Se vai recorrer até a prescrição, melhor esperar. Para ver e crer.
As confissões
Cristão homenageia ateu. O pastor Henrique Braga, presidente da Câmara Municipal de Belo Horizonte, homenageia hoje o ateu Arutana Cobério no plenário do Palácio Francisco Bicalho, na Câmara Municipal de BH. Logo depois do evento, Arutana, ex-presidente da Casa, lança a sua biografia Confissões de um comunista, escrita pela jornalista Telma Santos, com edição da Página Editora. Uma biografia contada por ele mesmo. Aliás...
A biografia
A história de Arutana que foi registrada teve três grandes fases. Ela começa com o registro de seu exílio no Chile, Alemanha Oriental e na Suécia. Em seguida, passa à atividade política, já que foi presidente da Câmara Municipal na época do saudoso prefeito Célio de Castro. Depois, virou juiz de Direito, adora ter sido piloto de avião e mais ainda de navegar em veleiro. Agora, Arutana está em terra firme, aos 76 anos de idade.
Voos mais altos
Já foi batido o martelo na Assembleia Legislativa (ALMG). Dos 77 deputados, 63 vão disputar a reeleição e oito vão tentar vaga na Câmara Federal. O presidente da Casa, Adalclever Lopes (MDB), é candidato a vice na chapa do ex-prefeito Marcio Lacerda (PSB). Os oito que vão tentar ir para a Câmara dos Deputados são Fabiano Tolentino (PPS), Felipe Attiê (PTB), Fred Costa (Patri), Gilberto Abramo (PRB), Lafayette de Andrada (PRB), Paulo Guedes (PT), Rogério Correia (PT) e Emidinho Madeira (PSB). O atual quadro é este: se pode mudar é melhor esperar para ver.
Mineiro na fita
É óbvio que vão rejeitar. Quer apostar? Trata-se de proposta que pretende reduzir de dois para um terço o número de senadores. Se este ano não dá tempo mais, pouco importa. O fato é que nenhum senador vai votar a favor do projeto. Se tudo passa por Minas Gerais, o relator é o senador Antonio Anastasia (PSDB-MG), considerado o jurista do Senado. O argumento dele, já que é cláusula pétrea da Constituição, só podia ser contrário. E acrescentou: “A proposta atenta contra o direito ao voto direto, secreto, universal e periódico”.
Se tudo...
...passa por Minas Gerais e se arrependimento matasse, alguns ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) andam incomodados, com toda razão, com o julgamento de Dilma Rousseff (PT). Ainda é aquela questão de ter sido “fatiada” a questão da perda do mandato presidencial e a proibição de exercer cargo público. Candidata ao Senado, Dilma é quem tem menos culpa nesta história. Afinal, o processo está parado há praticamente dois anos. Como é que fica a esta altura do campeonato nas urnas?
PINGAFOGO
Em tempo: Na Assembleia Legislativa, não pretendem se candidatar à reeleição os deputados Missionário Márcio Santiago (PR), Cabo Júlio (MDB), Anselmo José Domingos (PTC), Tiago Ulisses (PV) e Fábio Cherem (PDT).
Sobre o “jurista” do Senado, Antonio Anastasia, vale o registro de que praticamente todos os projetos que são polêmicos caem sempre em suas mãos. Tanto na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) quanto como relator no plenário.
Se tem confusão sobre Dilma, vale o registro. Sobre a demora, ele nada tem com isso, mas vale o registro do questionamento demorado feito pelo senador Magno Malta (PR-ES). A propósito, Magno Malta, jurista não é. Sua profissão é “pastor evangélico”.
E continua o bloqueio de repasses constitucionais para Minas Gerais. O valor, R$ 417 milhões e uns quebrados. Bem, sem trocadilho com a dificuldade financeira do estado, o bloqueio foi feito pelo Banco do Brasil.
Atenção! Atenção! Atenção! Calma, gente. Nada a ver com a meteorologia política. É o tempo seco mesmo em Belo Horizonte. E olha que o tempo seco deve durar até o fim da semana. Quanto à temperatura política...