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Estado de Minas

Coluna Baptista Chagas de Almeida


postado em 03/08/2018 12:00 / atualizado em 03/08/2018 07:33

(foto: Arte/Soraia Piva)
(foto: Arte/Soraia Piva)

O aliado histórico que levantou voo

As férias acabaram. Que nada, muito antes pelo contrário. O tal primeiro esforço concentrado foi um fracasso. O que não tem data para terminar é a política nacional passar mais pelo Poder Judiciário do que pelos plenários da Câmara dos Deputados ou do Senado. Bem, nem tanto. Promessa para a semana que vem até que tem previsão de esforços concentrados. Se haverá, melhor ver para crer. O que vai dominar mesmo não são os plenários, mas os palanques e carreatas.

Na Câmara dos Deputados, só para registro, teve comissão geral no plenário, por causa da venda da Embraer. Das ações que o governo ainda tinha, vale ressaltar. Ah! O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), mandou nota.

“A Embraer se destaca por aspectos econômicos, sociais e estratégicos e nada do que se diga a respeito da empresa deve passar despercebido.” Só que praticamente passou. Despercebido a Rodrigo Maia, para que fique claro. E para o resto do plenário do vazio. Um deputado e uma deputada. Mais ninguém.

Volta ao trabalho foi no Supremo Tribunal Federal (STF). E começou quente, com o discurso da presidente Cármen Lúcia. Deu as boas-vindas e depois mandou recado: “É absolutamente inaceitável qualquer forma de descumprimento ou de desavença com o que a Justiça venha a determinar”.

Se já teve até pichação de cor vermelha no Salão Branco da mais alta corte de justiça do país, nem é necessário traduzir o recado. Se citou ainda “um país no qual o Estado de direito prevaleça”, óbvio que o alvo é o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

A defesa dele, como não poderia deixar de ser, tem apresentado um recurso atrás do outro. Se Cármen Lúcia vai pautar, melhor esperar. Já a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, com um parecer de 80 páginas, deixou clara a sua objeção à defesa de Lula. Deve estar bem argumentada a sua posição.

Quem provavelmente também não acredita na presença de Lula na eleição é o PCdoB, aliado histórico do PT desde a redemocratização. O partido já fez a sua convenção, tornando oficial, por aclamação, na Câmara dos Deputados, a candidatura de Manuela D’Ávila à Presidência da República.

Se teve praticamente um verdadeiro desfile de moda de camisetas com modelos pequeno, médio e grande com as frases “Lute como uma garota” e “Rebele-se”, a rebeldia do PCdoB sai devidamente vestida.

Prioridade
Na volta aos trabalhos na Assembleia Legislativa (ALMG), depois do recesso parlamentar, o deputado João Leite (PSDB) espera colocar na pauta principal para o segundo semestre do ano a união entre os deputados federais e estaduais para barrar a transferência do dinheiro, antes destinado a Minas, que o governo federal pretende mandar para a construção dos 53 quilômetros do Ferroanel de São Paulo. “Precisamos trazer este dinheiro para Minas Gerais. Teremos até o fim do ano, pelo menos, seis reuniões para tratar do assunto.”

A propósito
Ontem, a Comissão Pró-Ferrovias Mineiras da Assembleia Legislativa tratou do assunto. Técnicos do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) eram esperados. Ninguém apareceu. O Dnit fugiu da raia, nem deu as caras. Vale registro de que 11 convidados compareceram. Entre eles, diretores do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea-MG), dirigentes de ONGs, vereador e guardas municipais de Mariana. “Se não agirmos, o governo federal vai mandar este dinheiro para outros estados. Temos que defender nosso estado”, disse João Leite. Precisa mesmo diante das ausências.

Terá mesmo?
“Vamos ter votações na Câmara na semana que vem, na outra e na primeira semana de setembro. São três semanas para votar. Alguma coisa a gente consegue votar.” O otimismo é do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Tanto é que ele pretende construir um acordo para votar o projeto dos tais fundos exclusivos. Afinal, o governo espera arrecadar de impostos nada menos que R$ 10,7 bilhões no ano que vem. Ou seja, a proposta vem do governo Temer, mas a grana só com o sucessor.

Voz do leitor
Kleber Pereira Gonçalves: “Caro Baptista, bom-dia. Ser conselheiro do Tribunal de Contas é o sonho de consumo de qualquer mineiro. Ser amigo do rei, no caso Pimentel, é o principal pré-requisito para desfrutar das mordomias. Segundo reportagem do portal em.com.br, de 23/7/17 (faz um ano), lá, o salário era de R$ 30.471,11. Como deve ser difícil para um conselheiro sobreviver com essa merreca, ele tinha auxílio-moradia de R$ 4.377,73, auxílio-saúde de R$ 3.047,11, auxílio-alimentação de R$ 941, estudo remunerado no exterior, com diária de US$ 400, carro oficial abastecido e motorista. Fico penalizado com a situação de penúria dessa turma e feliz com a aplicação dos impostos que pago”.

Temer foi
Coragem o ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles teve na convenção do MDB ao levar junto Michel Temer. E o presidente subiu no palanque. Atacou os adversários: “Vão para baixaria, são pigmeus, nós não somos pigmeus. O MDB é feito de gigantes, e o gigante que vai nos conduzir é o Meirelles”. Pelo menos, teve o apoio de 419 dos emedebistas, com índice de 85%, já que 56 foram contrários e seis se esconderam no voto em branco.

PINGAFOGO

Detalhe da posse de Tony Carlos (MDB) na Assembleia Legislativa (ALMG). Ele fez os devidos agradecimentos, mas um em especial. Agradeceu à deputada Celise Laviola (MDB) por ter compartilhado seu gabinete para ele cuidar de suas bases.

Se for aprovado, o personal trainer pode virar microempreendedor individual. Faz sentido o projeto do deputado Carlos Zarattini (PT-SP). Afinal, o treinador era enquadrado no Simples, mais caro na hora de pagar imposto.

Em tempo: nenhum outro deputado, além de João Leite (PSDB), que presidiu, apareceu na Comissão Pró-Ferrovias Mineiras. Pelo jeito, com tão pouco interesse assim, o dinheiro vai mesmo parar em São Paulo.

Se a pesquisa Ibope mostra que 29% do eleitorado está pessimista e 16% está muito pessimista, a coluna inclui ainda os que não estão otimistas e nem pessimistas, que são 26%. Fez as contas, na verdade os brasileiros incrédulos com a política somam 71%.

Não dá para estranhar que o resultado do Ibope seja esse. Basta ver as notícias diárias. Elas andam passando muito mais pelo Poder Judiciário do que pelo Congresso e assembleias legislativas país afora. Não dá mesmo para ficar otimista.

 


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