Brasília - Um dia após acertar uma aliança com partidos do Centrão, o pré-candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin, descartou a possibilidade de o acordo eleitoral incluir a revisão da reforma trabalhista. A posição levou o Solidariedade a ameaçar a sair do bloco e voltar a apoiar Ciro Gomes (PDT). Ligado às centrais sindicais, o Solidariedade quer a volta do imposto sindical.
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Kassab diz que Josué Alencar é um 'excelente nome' para ser vice de AlckminPT tenta desfazer acordo que define Josué Gomes como vice de AlckminAlckmin é tratado como presidente em evento com partidos do Centrão em SPO Centrão é formado também por DEM, PP, PR e PRB. Majoritariamente pró-Ciro Gomes (PDT), o Solidariedade queria que, no acordo com Alckmin, fosse discutida uma alternativa ao desconto obrigatório de um dia de trabalho dos empregados - extinto durante a reforma aprovada há pouco mais de um ano no Congresso.
O partido defende a chamada contribuição negociada, facultativa às convenções trabalhistas de categorias que aceitassem financiar os sindicatos.
A mensagem de Alckmin irritou a direção da Força Sindical, central que está na base da fundação do Solidariedade, do deputado Paulinho da Força (SP).
“Do jeito que ele (Alckmin) falou, ficou mal. Não vai colocar nada no lugar (do imposto sindical)? Conversamos com o Paulinho para não fechar nada com ele por enquanto. Essa informação prejudica mais ainda.
Os sindicalistas pressionaram Paulinho a manter conversas com outras siglas. Anteontem, na residência oficial da Câmara, ele chegou a dizer que “estava fora” do bloco se não fosse atendido. Paulinho telefonou ontem para líderes do PCdoB e do PSB para saber o rumo que tomariam - se marchariam ou não com Ciro. Ouviu de representantes da legenda comunista que a hipótese será discutida no fim de semana.
Em conversas reservadas, integrantes da cúpula do partido avaliam que Alckmin acabará sendo o candidato do presidente Michel Temer e, portanto, “difícil de carregar” na campanha. Para o Solidariedade, Temer esvaziou a candidatura de Henrique Meirelles (MDB) ao atuar pessoalmente para que o Centrão não apoiasse Ciro, jogando todos no “colo” de Alckmin.
Garantias. O acerto do Centrão com Alckmin passou pela garantia de que os partidos aliados terão fatias em um futuro governo e autonomia para manter o comando da Câmara e tentar tirar do MDB o controle do Senado. Embora os dirigentes do bloco neguem a cobrança por cargos, as demandas são tratadas como “óbvias” na cúpula do PSDB. Um coordenador da campanha de Alckmin disse, reservadamente, que cada partido quer, no mínimo, manter o espaço atual no governo Temer.
O Centrão pediu que Alckmin intercedesse em acordos regionais e abrisse espaço na coordenação da campanha, criando núcleos integrados pelo bloco, nas áreas jurídica e de marketing.
O PP é o partido com mais ministérios: Saúde, Cidades e Agricultura, além da Caixa. O PR dá as cartas nos Transportes e na Infraero. À frente da Indústria, o PRB tem uma reclamação de ser sub-representado e almeja ter mais espaço ou um ministério com orçamento maior.
O PR exigiu que a composição presidencial fosse com o empresário Josué Gomes, da Coteminas, como candidato a vice.
O DEM quer que Alckmin apoie o ex-prefeito Eduardo Paes na disputa ao governo do Rio e fique neutro em Goiás. O tucano ainda deve ajudar em Minas, onde o senador Antonio Anastasia (PSDB) tentará voltar ao governo, cargo almejado pelo deputado Rodrigo Pacheco (DEM), aliado de Maia.
Como revelou ontem a Coluna do Estadão, outro pedido do DEM é a retirada do ex-governador de Goiás Marconi Perillo da coordenação política da campanha. A demanda foi feita pelo senador Ronaldo Caiado, adversário de Perillo no Estado.
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