Jornal Estado de Minas

Eleições 2018

Apoio do MDB a Pimentel vai provocar dissidência, prevê Pacheco


O deputado federal Rodrigo Pacheco, pré-candidato do DEM ao governo de Minas, declarou ontem que se o MDB decidir se coligar com o governador Fernando Pimentel (PT) haverá rompimento das bases em favor dele. “Qualquer decisão do MDB será respeitada por mim, ainda que seja com o governador Fernando Pimentel. E tenho certeza de que nessa hipótese haverá uma grande dissidência no MDB em favor da nossa candidatura”, disse.

E foi para as bases e prefeitos do MDB que Pacheco dirigiu o seu discurso ontem, neste momento de indefinição do partido, do qual é egresso. Mais próximo politicamente do vice-governador Antonio Andrade, presidente do MDB em Minas destituído, Pacheco sabe que, embora esteja entre os candidatos com quem emedebistas pretendem se sentar para negociar e definir possível aliança, não é o favorito.

“Meu desejo em relação ao MDB é ter o apoio da base do partido no interior. São centenas de vereadores, prefeitos de muita qualidade. É uma capilaridade grande no estado. O maior valor do MDB é a sua militância partidária, com espírito democrático arraigado e gostaria de tê-los comigo”, disse, antes de participar do encontro com pré-candidatos ao governo de Minas promovido pela Associação dos Municípios da Região Metropolitana de Belo Horizonte (Granbel) e pela Associação dos Municípios Mineradores de Minas Gerais (Amig).

O fato de o MDB ter a maior bancada estadual, com 14 parlamentares, além de cinco deputados federais, torna difíceis as negociações para a coligação proporcional, aquela que mais interessa aos emedebistas. Pacheco sustentou, porém, não ser esse um empecilho.

“Não há dúvida de que o MDB pela quantidade de parlamentares é um partido que, em qualquer grupo, acaba por pesar a chapa proporcional. Mas não é um fator impeditivo”, disse ele.

Entre todos os partidos, o MDB tem o segundo maior tempo individual para a distribuição da propaganda eleitoral e das inserções. Considerando os 50 minutos diários, de segunda a sábado, nos dois blocos do horário eleitoral, o MDB tem, para todos os cargos em disputa, 5min51s. Além disso, ganhará mais 8min11s em inserções diárias para todos os cargos. Especificamente para as eleições a governador, uma coligação com o MDB amplia o tempo de propaganda em 2min03s nos blocos do horário eleitoral, além de 1min37s de inserções diárias.

Se Pimentel agregar o MDB, terá mais tempo do que o senador Antonio Anastasia (PSDB), atualmente com a aliança PSDB-PSD-SD-PTB-PPS-PSC-PHS. Caso Pacheco puxe os emedebistas, ganhará em visibilidade e em competitividade, numa campanha de apenas 35 dias.

Em sua exposição, Pacheco dirigiu a maior parte da crítica a Pimentel, que não compareceu ao evento. “O governo, além de não ajudar, está atrapalhando a vida dos municípios e dos mineiros.
Fico a questionar um governo que com três anos e meio reclama do déficit do governo anterior, do legado maldito que recebeu. Ele já sabia que estava ruim e não pode invocar surpresa pra dizer: ‘Olha, peguei um estado quebrado’.”

 

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