São Paulo, 29 - O ex-líder do PSB na Câmara, deputado Júlio Delgado (MG), afirmou ao Estadão/Broadcast que a maioria da legenda já se decidiu pelo apoio ao ex-ministro Ciro Gomes (PDT) na corrida presidencial, faltando apenas formalizar a aliança entre os dois partidos para a eleição. Segundo o parlamentar, a expectativa é de que todos os trâmites para anunciar formalmente o apoio sejam finalizados dentro dos próximos 15 dias.
Na segunda-feira, o presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, realizou uma sondagem com os presidentes de todos os diretórios estaduais da legenda e, segundo Delgado, a maioria concordou que o melhor caminho seria apoiar Ciro. Em seguida foi feita uma consulta aos cinco governadores. Embora o governador de São Paulo, Márcio França, seja favorável ao alinhamento com o tucano Geraldo Alckmin, também entre os governadores do PSB prevaleceu na maioria dos casos a proposta de endossar o pedetista, segundo o deputado.
Embora as consultas ainda tenham caráter informal, Delgado afirma que agora resta apenas submeter a decisão à Executiva Nacional e, em seguida, confirmar o acordo na convenção partidária. "Como os diretórios já concordaram, os governadores já concordaram e a Executiva já concordou, não há muito questionamento a ser feito", afirmou Delgado.
O deputado mineiro confirmou também as negociações para que o PSB indique o vice de Ciro na eleição. Nesse caso, o partido trabalha com nomes como o de Márcio Lacerda, hoje pré-candidato do PSB ao governo mineiro. Na bancada pessebista, circula também o nome do deputado Luciano Ducci (PR) como sugestão para o posto de número dois na chapa.
Siqueira, por outro lado, disse nesta quinta-feira, 28, ao
Estado
que a consulta ao nome de Ciro foi feita de maneira informal durante uma reunião para tratar de outros assuntos. "Não tenho essa conta.
De acordo com o presidente do PSB, o partido está num "momento de conversas" e o posicionamento em relação às eleições majoritárias não será definido neste momento. "Nem nos próximos 15 dias", ressaltou. Segundo Siqueira, o PSB ainda conversa com outros partidos, como o PT.
Desculpas
Numa tentativa de atrair apoio do DEM, Ciro se comprometeu a pedir desculpas a integrantes do partido que se sentiram ofendido com suas declarações, e recebeu aceno de ao menos um deles.
O secretário-geral do DEM, deputado Pauderney Avelino (AM), que processa Ciro por injúria por ter sido chamado de "corretor de FHC" na suposta compra de votos para a reeleição, disse que aceitaria o pedido, com uma exigência: que seja pedido no mesmo ambiente público em que Ciro o atacou. As informações são do jornal
O Estado de S. Paulo.
(Clarissa Oliveira, especial para AE, e Daniel Weterman).