Jornal Estado de Minas

Fachin manda abrir inquérito para investigar senador Paulo Bauer

Brasília, 07 - O ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou a abertura de um inquérito para investigar o senador Paulo Bauer (PSDB-SC), o ex-diretor institucional da Hypermarcas (atual Hypera Pharma) Nelson José de Mello e Marcos Antônio Moser, ex-assessor parlamentar do tucano. O inquérito apura suspeitas de corrupção ativa, passiva e lavagem de dinheiro.

O delator Nelson Mello incluiu em seu acordo de colaboração premiada repasses de R$ 11,5 milhões para a campanha de Paulo Bauer ao governo de Santa Catarina, em 2014. Os repasses, segundo Mello, teriam sido feitos por meio de contratos fictícios com três empresas.

"Como sabido, uma vez requerida a abertura de investigações pela Procuradoria-Geral da República, incumbe ao relator deferi-la, nos termos do art. 21, XV, do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal, não lhe competindo qualquer aprofundamento sobre o mérito das suspeitas apontadas", escreveu Fachin, em decisão assinada na última quarta-feira, 6.

O jornal O Estado de S. Paulo revelou que a Polícia Federal investiga se Mello omitiu informações em sua delação para proteger o maior acionista da Hypera Pharma, João Alvez Queiroz Filho, e o CEO da empresa, Cláudio Bergamo. Os dois foram alvos de busca e apreensão na operação Tira-Teima, deflagrada pela PF em abril.

Defesas

Procurado pela reportagem, o senador Paulo Bauer disse que considera a abertura de inquérito "uma etapa natural dos procedimentos da Justiça". "Estou à disposição para, no momento em que for chamado, prestar esclarecimentos e comprovar a improcedência dos fatos narrados pelo delator", informou, em nota.

O advogado de Nelson José de Mello comunicou que não vai se manifestar. A defesa de Moser não foi localizada.

A Hypera Pharma não respondeu à reportagem até a publicação deste texto.

Em abril, quando as acusações contra o senador vieram a público, a Hypera Pharma informou que "está colaborando e colaborará com as investigações" e que "os atos praticados pelo ex-executivo foram objeto de auditoria conduzida por assessores externos".

(Rafael Moraes Moura e Amanda Pupo).