Brasília, 05 - Em evento esvaziado e sem a presença de nenhum pré-candidato ao Palácio do Planalto, lideranças de PSDB, PPS, PSD e MDB lançaram nesta terça-feira, 5, manifesto defendendo a união dos partidos de centro nas eleições presidenciais deste ano. Dos 19 políticos presentes, a maioria - 13 - era do PSDB, legenda que tem o ex-governador paulista Geraldo Alckmin como presidenciável.
Um dos principais idealizadores do documento, o deputado federal Marcus Pestana (PSDB-MG) afirmou em discurso que o manifesto não visa tirar o protagonismo dos pré-candidatos, mas abrir portas e gerar pontes para diálogo entre siglas desse campo político. "Não queremos substituir a iniciativa e o protagonismo dos pré-candidatos, que são os maiores atores. Queremos nos restringir ao papel de fermento", afirmou o tucano, que é secretário-geral do partido de Alckmin.
Pestana disse que os signatários do manifesto vão procurar pré-candidatos e "pessoas centrais" desse campo para tentar construir uma aliança. Entre elas, citou Alckmin; o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ); o senador Alvaro Dias (Podemos-PR); a ex-senadora Marina Silva (Rede); e o ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles (MDB) - todos eles pré-candidatos ao Planalto por seus respectivos partidos.
Outro signatário do manifesto, o presidente nacional do PPS, deputado federal Roberto Freire (SP), sugeriu em discurso uma reunião entre os dirigentes dos partidos que assinaram o documento - além de integrantes do PSDB, PPS, PSD e MDB, assinaram o manifesto políticos do PTB, PV, do DEM, além de cientistas políticos como Luiz Werneck Vianna, e o ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann (sem partido).
"Não estamos criando aqui inimigos, estamos definindo posições. Se vai ter a unidade de apenas um candidato representando, isso só o processo vai dizer. Mas esse (manifesto) foi o primeiro passo", declarou Freire. "A bola agora está com os candidatos.
Representando especialistas, o historiador Alberto Aggio afirmou em discurso que o manifesto tem caráter político e não eleitoral. "Não tem uma candidatura, não postula um programa eleitoral. Esse manifesto cumpre a função de reorientação da política democrática brasileira. É uma saudável oxigenação do sistema político brasileiro", discursou o especialista.
No manifesto, os líderes apresentam 17 propostas para que o candidato à Presidência da República que possa vir a ser apoiado pelo grupo. Entre as medidas, estão "modernização" do licenciamento ambiental, reformas da previdência - com adoção de um sistema único para servidores e trabalhadores da iniciativa privada - e tributária, sem aumento de impostos. Também pregam manutenção no Bolsa Família, mas "recuperando seu caráter educacional".
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) também foi um dos idealizadores do manifesto. Ele não esteve presente no lançamento, mas enviou mensagem na qual afirma que eleições deste ano representam a chance de recuperar a "legitimidade democrática da autoridade política" e que o Brasil precisa recuperar a confiança no futuro e que não se chegará lá voltando ao "autoritarismo" ou ao "lulopetismo".
"As eleições de outubro serão um divisor de águas na história do País.
(Igor Gadelha).