Brasília, 15 - A subprocuradora-geral da República, Cláudia Sampaio Marques, defendeu nesta terça-feira, 15, a condenação do deputado federal Nelson Meurer (PP-PR), no primeiro julgamento de ação penal da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF). O parlamentar e seus filhos Nelson Meurer Jr. e Cristiano Augusto Meurer são réus por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, por conta de recursos desviados da Petrobras.
Meurer tornou-se réu em junho de 2016, quando a Segunda Turma aceitou a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR). Segundo a PGR, teriam sido feitos pelo menos 161 repasses ao PP e ao deputado, que totalizaram R$ 357,9 milhões, entre 2006 e 2014, em esquema envolvendo o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa e o doleiro Alberto Youssef. O caso chegou à Suprema Corte em março de 2015.
"Instalou-se na Petrobras esse esquema espúrio de desvio, em que, a pretexto de participar do governo, coube ao PP a indicação da diretoria de Abastecimento da Petrobras", disse Cláudia. "A palavra dos delatores teve especial significação porque deu caminho por onde o Ministério Público poderia achar a prova de ocorrência dos crimes. Tudo que os delatores disseram efetivamente aconteceu", completou a subprocuradora-geral da República.
As delações premiadas de Paulo Roberto Costa e Youssef embasaram a denúncia. Na avaliação de Cláudia Sampaio, foram coletadas provas que demonstram que os "delitos aconteceram nos moldes descritos pelo MP".
De acordo com a PGR, uma das técnica de lavagem de dinheiro foi a utilização de propina disfarçada de doação eleitoral.
(Rafael Moraes Moura e Amanda Pupo).