São Paulo, 07 - Em seu primeiro pronunciamento público após a ordem de prisão para cumprimento de pena no caso tríplex, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva desafiou procuradores e asseclas, o juiz federal Sérgio Moro, e desembargadores do Tribunal Regional Federal da 4.ª Região, para um debate sobre as provas que embasam investigações que levaram à sua condenação.
Do alto do carro de som estacionado à porta do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo, Lula disse que o Ministério Público e a Polícia Federal mentiram ao atribuírem a ele o tríplex no condomínio Solaris, pivô de sua sentença a 12 anos e um mês de prisão.
Por isso que eu sou indignado. Porque eu fiz muita coisa nos meus 72 anos, mas eu não os perdoo por terem passado a sociedade para dizer que eu sou ladrão. Deram a primazia dos bandidos de fazer o pixuleco no Brasil inteiro. Deram a primazia para os bandidos de chamar a gente de petralha.
O que eu não posso admitir é um procurador que fez um power point e foi para a TV dizer que o PT é uma organização criminosa que nasceu para roubar o Brasil e que o Lula, por ser o mais importante do partido, é o chefe. O procurador disse eu não preciso de provas, eu preciso de convicção. Eu quero que ele guarde a convicção dele para os comparsas e asseclas dele e não para mim. Certamente, um ladrão não estaria exigindo provas. Estaria de rabo preso, de boca fechada.
Lula disse que gostaria de fazer um debate com Moro sobre o que ele fez.
(Ricardo Galhardo e Igor Moraes).