Sorocaba, 06 - Após divulgar uma nota de solidariedade ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o líder da Frente Nacional de Luta Campo e Cidade (FNL), José Rainha Júnior, disse que a prisão de Lula por ordem do juiz Sérgio Moro pode levar a uma guerra civil. "A guerra pode começar com um tiro, mas não se sabe com quantos pode acabar", afirmou, referindo-se à militante do MST, Lindalva Pereira de Lima Filha, baleada durante bloqueio de rodovia, na manhã desta sexta-feira, 6, em Alhandra, na Paraíba.
Rainha Júnior, que já foi uma das principais lideranças do MST e acabou excluído do movimento após ser preso, acusado de desvio de recursos da reforma agrária, disse que vai mobilizar oito mil seguidores para defender Lula. "Eu já havia alertado que a prisão do Lula poderia incendiar o País. Estamos mobilizados nas ruas e praças para defender o direito de nossa liderança que dedicou toda sua vida pela liberdade e justiça social no País. Nosso pessoal está pronto, só esperando a hora certa de entrar em ação."
Segundo ele, o que está em jogo é a Constituição, que foi rasgada. "Só falta o Moro decretar a pena de morte. Ele e a extrema direita estão levando o País a um enfrentamento que pode nos levar à guerra civil." O líder dos sem-terra contou ter enviado uma carta ao ex-presidente manifestando solidariedade. "Eu sei o que é isso, fui preso 13 vezes e condenado a mais de 30 anos de prisão.
Na carta, Rainha lembrou ter recebido uma mensagem escrita por Lula quando estava na cadeia, em 2011, em que o ex-presidente dizia ao "companheiro" que "a vida sempre nos apronta algo que a gente não espera". "Agora ele enfrenta essa situação e precisa ser forte. E o Judiciário precisa ter juízo. Prender o Lula é chamar para um enfrentamento desnecessário", disse.
(José Maria Tomazela).