Enfurecidos, os agressores gritavam ofensas contra a imprensa, contra o jornal e em defesa do ex-presidente Lula, que teve a prisão decretada pelo juiz Sérgio Moro, com o aval do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) menos de 24 horas após o Supremo Tribunal Federla (STF) negar seu pedido de habeas corpus. Os manifestantes quebraram o vidro traseiro do carro do jornal com socos.
A manifestação pró-Lula foi convocada pela CUT-DF, logo depois de o pedido de prisão de Lula se tornar público. O Correio e o Estado de Minas, veículos dos Diários Associados, repudiam veementemente esse tipo de violência e de cerceamento à imprensa, cujo papel fundamental é o de informar a população.
Felizmente, tanto a repórter quanto a fotógrafa e o motorista do Correio não se feriram. O caso foi comunicado à Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), que deve tomar as devidas providências para identificar os agressores
Solidariedade
A Associação Nacional de Jornais (ANJ) repudiou o ataque às jornalistas do Correio. O diretor-executivo da entidade, Ricardo Pedreira, classificou o episódio como "lamentável". "Demonstra uma incompreensão do trabalho jornalístico. A gente espera que o caso seja apurado e sejam tomadas as medidas providências", afirmou.
Em nota, o editor-chefe do Jornal de Brasília, Jorge Eduardo Antunes, também solidarizou à equipe de reportagem do Correio e criticou o ataque à liberdade de imprensa, bem como às profissionais que foram alvo do atentado. "É inadmissível qualquer tentativa de cerceamento da liberdade de imprensa, bem como a agressão a profissionais em sua jornada de trabalho. A agressão fica ainda mais incompreensível por ser cometida contra trabalhadoras e nas proximidades de uma central cuja linha de luta é (ou deveria ser) a defesa dos trabalhadores. Que o Brasil tenha a tranquilidade para saber respeitar a atuação profissional dos trabalhadores em momentos de tensão como o atual", disse o jornalista.