Jornal Estado de Minas

'Parem de nos matar', pediu Marielle no sábado antes de ser morta


Quatro dias antes de ser morta com quatro tiros na cabeça, no Centro do Rio de Janeiro, a vereadora Marielle Franco (PSOL) havia pedido o fim da matança dos jovens em seu Facebook. “Sábado de terror em Acari! O 41° batalhão é conhecido como Batalhão da Morte. É assim que sempre operou a polícia militar do Rio de Janeiro e agora opera ainda mais forte com a intervenção”, registrou.

O recado da vereadora contra os militares foi claro em seu perfil. “CHEGA de esculachar a população. CHEGA de matar nossos jovens”, disse.

Marielle pediu aos seguidores que compartilhassem uma imagem que dizia “Parem de nos matar” e “vidas nas favelas importam”.

Quantos mais vão precisar morrer?

 

Na terça-feira, véspera de sua morte, Marielle voltou a comentar as mortes no Rio de Janeiro. "Mais um homicídio de um jovem que pode estar entrando para a conta da PM.

Matheus Melo estava saindo da igreja. Quantos mais vão precisar morrer para que essa guerra acabe?", questionou.

A vereadora também já havia postado a frase no corpo de um manifestante da Parada Gay em junho do ano passado. "Hoje em São Paulo: o Brasil é país que mais mata travestis e transexuais no mundo", disse na ocasião.


Em sua última postagem no Facebook, Marielle transmitiu ao vivo na quarta-feira (14) a "Roda de conversa Mulheres Negras Movendo Estruturas".

A morte da vereadora vem sendo tratada como execução com motivação política por muitos políticos e pelos que comentam o assunto nas redes sociais. Ela e o motorista Anderson Pedro foram mortos a tiros no carro da equipe da vereadora na noite dessa quarta-feira (14) no Rio. A Polícia Federal vai investigar as circunstâncias do assassinato.

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