Jornal Estado de Minas

Servidores de MG terão mais prazo para quitar 13º antecipado com banco


Os servidores de Minas Gerais que entraram na escala de parcelamento em quatro vezes do 13º salário pelo governo estadual e haviam antecipado o recebimento do benefício pelo Banco do Brasil conseguiram negociar com a instituição uma nova forma de pagamento.

O banco adequou o prazo para o desconto em folha, que era esperado em dezembro, passando a seguir o mesmo calendário do estado, dividido em quatro parcelas e com término em 19 de abril. A negociação foi encerrada nessa segunda-feira (15) com os interessados.

O prazo precisou ser esticado para evitar que um grupo de servidores ficasse inadimplente, já que o benefício natalino para a maior parte do funcionalismo mineiro será parcelado somente este ano.

Estão nesta situação os funcionários da educação e demais categorias, exceto as da segurança e parte da saúde, que estão tendo o 13º pago de forma diferenciada.

Em nota, o Banco do Brasil informou que "em caráter excepcional, foi concedida, àqueles servidores que tiveram o 13º parcelado, a possibilidade de prorrogar o vencimento da operação contratada, com amortizações nas datas de recebimento do 13º parcelado (19/01, 19/02, 19/03 e 19/04)".

De acordo com o banco, para fazer jus ao parcelamento, o servidor deveria se manifestar até as 14h de ontem, dia 15.

"Quem perdeu o prazo e pretende renegociar a operação, deve utilizar os canais digitais (app mobile, internet, central de atendimento para 4004 0001/capitais ou 0800 729 0001 para demais localidades) ou procurar sua agência de relacionamento", informa o BB. A instituição não informou quantos servidores entraram na negociação.

O Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação (Sind-Ute) chegou a orientar seus filiados de que a renegociação precisaria ser avaliada para que a pessoa soubesse qual a melhor condição.

De acordo com o sindicato, que representa cerca de 400 mil servidores – 70% do funcionalismo – milhares de funcionários usaram o serviço do banco, que se assemelha ao crédito consignado.


“O banco não nos informou quantos são, mas a antecipação do 13º é uma prática muito recorrente do servidor público, que usa o recurso para quitar alguma coisa. O problema é que o estado não pagou o 13º em dezembro e gerou uma situação atípica”, afirma a coordenadora do Sind-Ute Beatriz Cerqueira.

Em dezembro, o governo de Minas divulgou o calendário do pagamento do 13º salário para os servidores, alegando que as datas eram necessárias por causa da disponibilidade de caixa.

Os da educação e demais categorias, exceto segurança e parte da saúde, receberão o benefício natalino em quatro parcelas iguais, que serão depositadas sempre no dia 19 dos meses de janeiro, fevereiro, março e abril.

Para os funcionários da segurança – policiais, bombeiros e agentes penitenciários, e trabalhadores da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig), a primeira parcela do benefício natalino foi paga em 26 de dezembro e a segunda, e última, parte será quitada em 19 de janeiro.

Em dezembro, o estado esperava a votação de um projeto de lei na Câmara dos Deputados que permitiria a securitização das dívidas estaduais.

Com ele, o governo venderia parte de seus créditos com devedores a bancos e anteciparia verba para acelerar o pagamento do 13º. Descartada esta alternativa, o estado passou a contar com o dinheiro do IPVA, que começa a ser pago em janeiro, para arcar com a folha extra.
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