São Paulo, 06 - O presidente do PEN-Patriota, Adilson Barroso, se disse aliviado com a desistência de Jair Bolsonaro (PSC-RJ) de ser o candidato por sua legenda. Fiz das tripas o coração para tê-lo com a gente, mudei o nome do partido, mexi no nosso estatuto, dei mais de 20 diretórios para o grupo dele. Mas você não pode ser convidado para entrar em uma casa e depois querer tomar ela inteira para você, expulsando seus moradores originais, disse o dirigente.
Barroso afirmou que o relacionamento dele com Bolsonaro teria sido envenenado pelo advogado e assessor do deputado Gustavo Bebianno - que, segundo Barroso, queria tomar o partido inteiro para o grupo de Bolsonaro.
O rompimento já havia se insinuado quando deputados da legenda se rebelaram contra o que chamavam de fome do grupo bolsonarista. Os deputados Walney Rocha (RJ) e Junior Marreca (MA) se posicionaram contra as mudanças no estatuto da legenda - principalmente aquela que impede alianças com partidos de esquerda (Marreca, por exemplo, é aliado do governador do Maranhão, Flávio Dino, que é do PCdoB).
Bem ao estilo Barroso, o presidente do PEN-Patriota já avisou que, sem Bolsonaro, pretende focar em convencer o ex-presidente do Supremo Joaquim Barbosa a sair candidato por seu partido.
Dono.
O cientista político Vitor Oliveir, do Pulso Público, afirmou que a questão de Bolsonaro tem a ver com a forma de operação dos partidos políticos no Brasil. Para ele, o fato de os partidos terem donos cria dificuldades para Bolsonaro se impor como dono de uma legenda que não é dele.
Já para o também cientista político Rogério Battistini, da Universidade Presbiteriana Mackenzie, Bolsonaro não está sabendo fazer o jogo político e criando dificuldades para sua própria candidatura.
Battistini afirmou ainda que a vontade de ter controle absoluto sobre uma legenda só pode minar os sonhos eleitorais de Bolsonaro. As informações são do jornal
O Estado de S. Paulo
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(Gilberto Amendola).