Brasília – Empenhado em conseguir os 308 votos necessários para aprovar a reforma da Previdência ainda neste ano, o presidente Michel Temer passou o fim de semana envolvido em negociações para melhorar o cenário de votos a favor da proposta de emenda constitucional (PEC), que volta a ser discutida na Câmara na quinta-feira. Até a confirmação do deputado Carlos Marun (PMDB-MS) como ministro da Secretaria de Governo, acreditam aliados, faz parte da estratégia do Planalto para conseguir o apoio necessário para a aprovação do texto.
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“O debate da Previdência foi acertado ontem (sábado) à noite. Todas as lideranças estarão presentes e o Rodrigo (Maia) vai se manifestar.
Avaliação
Um dos contadores de votos de Temer na Câmara, o deputado Beto Mansur (PRB-SP) conta que a votação teve de ser adiada – inicialmente, a previsão era de que ela começasse a ser discutida no último dia 8 – porque ainda não havia apoio suficiente para votar com tranquilidade, mas que há a expectativa de que mais partidos fechem questão nesta semana para dar mais segurança ao governo. “Teremos uma semana de muito trabalho, mas com boas perspectivas.
Cálculos do deputado Arthur Maia (PPS-BA) estimam que a Previdência tem apoio de mais ou menos 290 parlamentares – são necessários 308 para a aprovação do texto. Uma das principais resistências, no entanto, é a questão eleitoral. Parte dos deputados acredita que o melhor é deixar as mudanças para o início da próxima legislatura. “Não desconsidero que o tema é importante para o equilíbrio das contas públicas, mas ele tem de ser feito depois das eleições presidenciais. Ela tem de ser o foco das campanhas e o novo Congresso terá melhores condições para fazer uma reforma mais ampla e correta”, comenta Rogério Rosso (PSD-DF). “Lamento que estejam generalizando e denegrindo a imagem do servidor público como argumento para fazer uma reforma a toque de caixa”, acrescenta.
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