Destituído da presidência nacional do PSDB, o senador Tasso Jereissati (CE), recém-lançado candidato a assumir o comando do partido na convecção de dezembro, afirmou nesta quinta-feira, 9, que o motivo pelo qual o senador Aécio Neves (MG) o tirou do cargo são diferenças "profundas" e "irreconciliáveis" entre eles de comportamento ético, político, visão de governo e fisiologismo. Tasso disse que o Palácio do Planalto influenciou no ato de Aécio, que alegou sofrer "pressão", sem detalhar de quem.
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Decisão de destituir Tasso foi 'absolutamente legítima' e 'necessária', diz AécioAécio Neves destitui Tasso Jereissati da presidência do PSDBSe não houver convergência, apoiarei Tasso à presidência do PSDB, diz FHCPlanalto apoia ato de Aécio para evitar que PSDB deixe a base aliada"Eu pedi a Aécio certa sinceridade quando viesse argumentar as razões, porque, afinal de contas, nós éramos amigos, e somos, espero, durante 30 anos. E que eu sabia perfeitamente que ele não queria isso em nome da equidade. Pedi apenas que Aécio falasse comigo com toda franqueza. Que ele na verdade não queria que eu fosse candidato nem presidente do partido, que era essa a questão, porque nós temos hoje diferenças profundas, muito profundas.
Tasso afirmou que Aécio não disse de onde partia a pressão que alegava sofrer para tomar a decisão de tirá-lo do cargo de interino. Mas, no seu entender, houve influência do governo Michel Temer. Tasso defende o desembarque tucano do governo, com entrega dos quatro ministérios que o PSDB ocupa (Cidades, Relações Exteriores, Governo e Direitos Humanos).
"Aécio não está pensando no coletivo do partido há muito tempo, desde quando está agarrado a essa presidência do partido. Se estivesse pensando, isso não estaria acontecendo hoje, nem essa crise. É mais importante a gente estar unido à voz das ruas, do que apegado às benesses do poder", disse.
Tasso negou que vá se desfiliar "independente do que aconteça". "O PSDB desses caras não é o meu PSDB", afirmou. "Não é do Fernando Henrique, do Mario Covas, do Zé Richa, do Franco Montoro. Não é esse PSDB que está aí."
O senador afirmou que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, hoje principal presidenciável do PSDB, foram surpreendidos com a atitude do senador mineiro e que não há possibilidade de conversa. "Foi uma surpresa para todo mundo", disse. "Não há o que mediar."
Ele confirmou que vai manter a intenção de disputar a presidência da Executiva Nacional contra Perillo, nome defendido pela ala aecista do PSDB.
(Felipe Frazão).